O SPFC tem um tabu histórico, que é sua torcida. Assunto pouco discutível, pois sempre foi algo que “diminuia” o Tricolor perante os rivais, e obviamente ninguém cita o que não é pra exaltar. Antigamente era “a torcida de pó de arroz”, depois virou bambi, por toda vida foi a torcida que “não vai no jogo”, ou “a torcida de final”.
Essas características são bastante justificareis, tanto quanto verdadeiras. A história diz isso, e recusar fatos não é a mais inteligente das posturas.
Ontem, conversando com alguns tricolores de 20 anos, que preparam um TCC, tocamos no tema e achei o assunto interessante.
Eu, como muitos amigos meus acima dos 30 anos, questiono o futebol jogado mesmo com os títulos aparecendo. Me reuno com turmas por ai e vejo exatamente essa divisão. Meu pai acha uma merda o que o time joga atualmente, meu irmão acha o máximo.
E na torcida se nota isso, com uma justificativa bem razoável, se analisarmos.
Quem tem mais de 30, viu o SPFC ser campeão dando show de bola. Aliás, raríssimas vezes viu o Tricolor jogar feio ou covardemente.
Por outro lado, a geração de 20 anos tem outra visão da coisa, absolutamente compreensível.
Pensa comigo: O cara nasce em 1988. Não vê, portanto, os titulos memoraveis de 92, 93, 94. Quando começam a entender futebol, discutir, usar a camisa, ir na escola e etc, pegam a fase onde o SPFC não ganhava nada, e pior: Apanhava do Corinthians em sequencia.
Viu o Palmeiras ganhar tudo, o Corinthians ganhar tudo, o Santos retomar sua grande fase e, só depois disso, viu o SPFC ganhar algo grande, que foi em 2005.
Para este torcedor, que não viu um grande time do SPFC jogar até então, o resultado é tudo. Afinal, foi tudo que ele sonhou em ver a vida toda. É natural.
Criou-se nesta geração um “pavor” de perder. Dane-se como! O importante é ganhar, só. Afinal, foi o que eles esperaram a vida toda e não viram, ao contrário dos mais velhos, que viram e jamais atrelariam o resultado ao desempenho ruim e feio.
Ser competitivo, para estes, portanto, é jogar feio e na defesa. Porque foi esse futebol que lhes deu argumentos para achar o seu clube o maior de todos. Ao contrário do nosso, que viu o clube ser o maior de todos jogando uma bola memorável, e não foi só uma vez.
Então, pensando por este lado, é bem compreensivel que os novos tricolores tenham essa mentalidade que atrela o 1×0 ao jogo feio, duro, competitivo. Foi a realidade que eles viveram.
Ao contrário dos palmeirenses, por exemplo. Mesmo jovens, cobram um futebol melhor. Não se acostumaram com o resultado apenas. Idem pra minha geração de sãopaulinos, ou pra mais recente de santistas, que vai achar, daquo 10 anos, que um time que não dribla é um saco.
Tudo tem motivos. Concordam?
Fala pra um torcedor da Lusa que ela será campeã estadual. Duvido que alguem se incomode “como será”. rssssss
abs,
RicaPerrone