Goleada se discute?
Futebol é um jogo tão cafajeste com a lógica que nem mesmo o mais massacrante placar pode tornar-se incontestável. 4×0, em casa, fim de papo, ué!?
Fim de papo?
Não. Só o começo para toda uma partida de 90 minutos que, a partir da derrota, se resume num lance pro derrotado e num tempo só pro vencedor.
Flamengo e Corinthians poderia ter terminado 3×0 pro Flamengo ontem. Poderia.
Poderia ter terminado 5×0 pro Corinthians, também.
Simplesmente porque os dois times jogaram 45 minutos cada contra um adversário perdido. Um fez os gols, o outro não. Ponto. É o que diferencia os dois times num jogo onde ambos tiveram um tempo muito bem jogado.
“Mas e o lance do Ederson?”, clamam os rubro-negros.
Falta. Amarelo. Segue o jogo.
Errou o juiz? Errou. Mas expulsão? Não sei. Ele vai na bola e erra o tempo da bola. Claramente mira a bola tanto que na sequencia é tão forte a entrada que acerta. Heber foi sem critério, tanto que em seguida amarela o Ederson por um puxão de camisa.
Errou.
Mas o fato de dar uma falta e um amarelo justifica exatamente o que num 4×0?
Que o Corinthians fez um segundo tempo brilhante, que o Flamengo foi engolido em 45 minutos da mesma forma que dominou os primeiros 45 e não fez o gol.
Fosse a falta ao contrário, todo rubro-negro vivo, óbvio, estaria repetindo que “um amarelo bastava. Ele foi na bola”. Simples assim.
Discursos controversos de quem venceu e quem perdeu se resumem a um grande jogo onde cada um teve 45 minutos e um dos dois foi altamente capaz de transformar isso em resultado. O outro, a exemplo de jogos anteriores, não foi.
Heber é parte polêmica do clássico. Não a decisiva.
abs,
RicaPerrone