Grandeza não é só título
Como você qualifica alguém como “grande” no que faz? Para um clube de futebol ou uma escola de samba logo atrela-se a títulos, e basta. Como se bastasse.
Nesta sexta-feira 3 Fluminense e Portela fizeram por onde carimbar seus nomes na história sem conquistar um campeonato. Na verdade domingo os dois podem acabar campeões, mas isso também não é o mais importante.
Tanto não é que falamos de dois incontestáveis gigantes que viveram série C e mais de 30 anos de fila, respectivamente. Ou seja, nunca foram só títulos.
A Portela chamou o Império Serrano, vizinho, para desfilar com ela. Afinal, são do mesmo bairro, viva a “comunidade”!
E o Fluminense abriu mão do mando de campo de torcida única para brigar pelo direito de ter ali a torcida do Flamengo, que amanhã será a dela, evidentemente.
Mas não é qualquer um que consegue enxergar que os papeis mudam mas o erro permanece atingindo a todos. É preciso ser maior do que a conquista. Falamos de Fluminense e Portela, ambos maiores do que os canecos conquistados e/ou em disputa.
Haverá, é claro, aquele torcedor mais doente que acredita que “o Flamengo não faria então tem que jogar com torcida única e bla bla bla…”, e eu até meus 15 anos pensaria parecido. Depois disso já acho caso de paixão descontrolada mesmo.
Hoje, o Flamengo. Amanhã, você. Então, a briga não é pela torcida do Flamengo ou do Fluminense, mas pelo direito de preservar as tradições e não fazer mais alguma coisa do nosso futebol se perder com o tempo.
A torcida única é o atestado de incompetência do estado e nós não podemos concordar com isso. São 30, 40 os marginais. Não existe qualquer lógica em punir 40 milhões por eles.
Hoje o futebol respirou aliviado. O Fluminense soube ser maior do que um campeão, e a Portela explicou com uma atitude simples porque JAMAIS escolas de samba podem ser torcidas organizadas.
Abs,
RicaPerrone