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Hoje não!

15 minutos do primeiro tempo, Flamengo faz 1×0. Gol de Hernane, o brocador. E diante de um time forte, mas novamente acovardado sabe-se lá porque, o botafoguense olha em volta, ouve  a maioria e pensa: “De novo?”.

E lá estão milhares de rubro negros festejando e menosprezando a minoria fiél dos que já desistiram de véspera.

“Flamengo é Flamengo”. E por isso, o Botafogo tem uma mania quase irritante de achar que toda vez está diante do time da década de 80, não do atual.

Aos 40 minutos, enfim, notaram que o Zico não estava em campo.

E então, a partir daí, o Botafogo fez o que a qualidade técnica das duas equipes insinua.

Virou o jogo.

Sufoco, 2×1, que em clássicos deste tipo é apenas um “quase 2×2”.

E o Flamengo joga bem, tem sua torcida ajudando, não reclamando. 42 minutos, segundo tempo.

“Não vai dar. Eles vão empatar”.

Ei sei! Não mente pra mim, cafajeste! Você pensou isso.  Confessa!

Olhava pra aquela minoria que flutua entre a dúvida da vitória e a certeza do fracasso quase sempre e via nos rostos a mesma sensação de “hoje não… por favor!”.

Elias chuta, Hernanes chuta, Bruninho cruza, escanteio, afasta, volta, cruzamento, tira… e não acaba.

74 minutos do segundo tempo e o Flamengo em cima. Nada do juiz terminar.

80. Levaram 22 minutos pra passar os últimos 6. E mais Flamengo na pressão.

“Porque não pára a bola e toca, puta que pariu?”

Porque? Porra, porque é o Botafogo! Quer ganhar e ainda ganhar sem susto? Que botafoguense é você, afinal? Estagiário?

Até que a bola sobe, o juiz olha pro relógio e grita:  “Hoje não!”.

Inacreditável. O melhor time venceu o clássico e não permitiu o 2×2 no final já tão desenhado e acompanhado de história.

No mesmo dia que o Cruzeiro perde a segunda seguida, indica ser “mortal” como todos nós, apesar da ótima saúde que esbanja.

São 10 pontos. Não dá!

Claro que não.

E se desse, você acreditaria?

Não. Então…

Hoje não.

abs,
RicaPerrone

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