Nos últimos 10 anos o futebol brasileiro faz esforço para rasgar sua identidade. Faz-se tudo para que os jogos sejam todos uma questão de pontos na tabela, torcidas com “mandante e visitante” mesmo em clássicos, menores campos, ingressos caros, arenas de mármore e entradas em campo toscas em casalzinho como se fossem padrinhos do juiz, o noivo.
E no vestiário antes de um clássico muito do jogo se decide pelo que se diz. Não porque devemos acreditar que uma bravata bem colocada seja melhor do que treinamento. Não é isso! Longe disso! Mas o treinamento é para ganhar jogos, não para ganhar clássicos.
Nessa hora você acrescenta tudo que puder e então torna o jogo diferente. Por ser diferente, equilibrado e imprevisível. E por ser tão especial, você não tem o direito de entrar nele com a mesma atitude do dia-a-dia.
O Vasco entrou pra eliminar o Flamengo com ódio. O Flamengo entrou pra jogar mais uma partida e “se deus quiser, com ajuda dos companheiros….”.
Adivinha quem ganha os clássicos desde a volta do Eurico?
Porque o Eurico é bom pro Vasco? Porra nenhuma! Mas porque nesse dia, onde o futebol ainda teima em resistir aos modernos números e métodos, o que ele acredita faz diferença.
Não é o que determina o resultado. Mas ajuda, faz parte do jogo. Eurico eleva um Flamengo x Vasco ao patamar que merece. Muricy e o Flamengo/empresa o desmerecem a 3 pontos.
Já são alguns jogos desde que essas duas filosofias se confrontam. Os resultados são bem claros. Falta ao Vasco o pragmatismo financeiro do Flamengo atual. E ao Flamengo, pasmem, falta a gana vascaína em enxergar um clássico como o que ele realmente representa.
Se a final tivesse que escolher um dos lados, pediria o Vasco. Porque ele a queria muito mais que o Flamengo. E não “encontrou”. A conquistou. É diferente.
abs,
RicaPerrone