Grêmio

Luans e Pedros

Eu cheguei à Arena por volta de 15h30.  Vi quase todo mundo chegar, acompanhei o ritual pré jogo entre um bar e outro, rodeado de amigos gremistas super gentis e dispostos a me apresentar ao mundo deles.

Não havia nenhum oba-oba, pelo contrário, havia apreensão. Ninguém perde Luan e Pedro Rocha e acha que está tudo bem.  Sem eles o Grêmio perde consideravel poder de fogo, e o entendimento disso na véspera era claro.

Cheguei a acha-los pessimistas. Mas na real era uma dose de respeito ao bom momento do adversário com a exata noção de que lhes faltavam os seus melhores jogadores.

E então existem tipos de torcida, e a do Grêmio resolveu jogar.

Talvez tenha passado despercebido, mas 2 minutos antes do gol a torcida do Grêmio viu um chute a gol do Botafogo e, do nada, sem qualquer combustível para se inflamar, o fez.  E fez porque viu que precisava, não porque a euforia os motivava.

Quando digo que “torcida que canta o jogo todo” não tem tanto efeito, é disso que estou falando. Trilha sonora não muda o ambiente. Reações espontâneas mudam. E o Grêmio acendeu minutos após sua torcida ter tido um surto voluntário de incentivo. Esse, o que sai do silêncio, que impacta o ambiente, tem mais efeito sobre o jogo.

A bola entrou. O estádio virou um inferno, e o Botafogo não tinha como se impor.  O favorito era o Grêmio por jogar em casa, por  ter mais time, mais tradição no torneio e por ter um som ambiente perturbador pra quem não vestia azul.

Luans e Pedros cantavam e pulavam aplaudindo a catimba que agora irritava quem a fez em todo primeiro tempo. Luans por todo lado, Pedros em todas as cadeiras do estádio.  O Botafogo tinha um a menos, e não era mais um ambiente controlável.

O jogo foi ruim. Os dois times jogaram mal. Mas quem se importa com isso numa decisão de Libertadores?

Adaptados ao perrengue, dispostos a reverter a “curta má fase”, fizeram da Arena o Olímpico.

E ninguém ganha do Grêmio no Olímpico.

abs,
RicaPerrone

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