Um ar de frustração toma conta do Maracanã após o empate entre Flamengo e Botafogo. As duas torcidas não comemoram, é compreensível, mas friamente deveriam.
Porque a expectativa criada em cima de uma superação não pode ser estabelecida como “mínimo” dentro de um contexto maior. O Flamengo entrou no Brasileirão nem falava em G4. Tava todo remendado, caindo diretor, treinador, tudo!
O Botafogo então, coitado, estava praticamente fadado a brigar pra não cair. Não havia expectativas. Os dois times seriam, mesmo em situacões diferentes, figurantes no campeonato.
Então um deles engrena e não apenas “não caiu” como briga por Libertadores. O outro, que era a irregularidade em forma de time, se torna numa equipe regular que joga o campeonato todo brigando por título. E no final, quando os dois deveriam estar comemorando a superação, vivem o momento da frustração.
O Botafogo tem hoje uma situação “confortável” no G6, mas que a vitória de hoje lhe daria quase certeza dele. O Flamengo não. Esse achava que hoje era ganhar ou ganhar, caso contrário estaria fora da briga. E discordo. Ao ponto de questionar o treinador no fim do jogo.
O Palmeiras não jogou ainda. Se perder amanhã, por exemplo, o Flamengo terá tirado mais um ponto. Para saber se foi um resultado a se lamentar é preciso que o rival também jogue. No final das contas, pelas mudanças propostas pelo Ricardo, o Flamengo quase acabou perdendo, isso sim.
Porque na lógica simples faz sentido encher o time de atacante pra achar o gol. Na minha, quando você não cria, pode meter 10 finalizadores ali que o efeito mais comum imediato é o espaço pro adversário e não que passe a criar porque agora tem mais finalizadores.
O Botafogo quase ganhou o jogo. O que, aí sim, seria trágico pro Flamengo de véspera.
Com a expectativa atual deturpada pela superação, entendo as caras feias. Mas de maio a dezembro, os dois times devem sair do Maracanã hoje muito felizes com o que conquistaram até aqui.
abs,
RicaPerrone