O famoso “medo de perder”
Ontem no Paraguai o Vasco saiu com um empate que não dá pra chamar de tropeço. Pelas circunstancias do jogo e pela superioridade técnica ao adversário, até dá pra lamentar. Mas era o dia de “ter medo de perder”, e quando é assim, melhor se contentar.
Bem postado e controlando o jogo, o Vasco não era muito ameaçado. Até que o arbitro parou de ver as pancadas que os brasileiros recebiam e foi tirando o time do Vasco do sério. A briga, a expulsão do Diego Souza e as pancadas que vieram a seguir, assim como a expulsão ao meu ver exagerada do paraguaio, foram apenas reflexo da covardia do arbitro no começo do segundo tempo.
Se mete pra fora quando o zagueiro enfiou a sola da chuteira na batata da perna do Diego Souza, pronto. A sequência é o destempero do Diego que, confesso, devo condenar por ética e bom jornalismo, mas devo no mínimo “entende-lo” por mísera experiência de vida.
Quando você toma um pontapé na cara do juiz e ele diz que não viu nada, você sai do sério e quer revidar. É quase um instinto.
Ah, sim, é burrice revidar. Eu sei. É mesmo. Mas nem tudo na vida é controlável. E, sinceramente, achei a “cotovelada” do Diego Souza um “chega pra lá com camera exclusiva”. Deu mais ibope do que foi. Assim como a entrada forte do paraguaio no final que gerou sua expulsão. Exagerada, não era pra tanto.
Mas além da expulsão do Diego, onde o jogo controlado virava um jogo perigoso, teve o erro brutal do treinador. O Libertad não estava no campo do Vasco, então, ó senhor, porque diabos colocar um zagueiro a mais e chamar os caras pra dentro da área?
Quando você lembra de um gol desses times paraguaios da vida, não te vem a memória aquele abafa nojento onde a bola pula pra lá e pra cá até achar um pé salvador que empurra no meio de 20 jogadores? Então, é disso que eles vivem. Se você alimentar, vão sobreviver.
Dali pra frente o Vasco toma o gol, sofre alguma pressão e esquece de prender a bola na frente, até porque, não tem mais quase ninguém lá pra isso.
Errou feio o “professor”. Foi cauteloso demais. Podia até deixar como estava, afinal, Diego Souza não tem papel importante na marcação, pelo contrário.
Mas preocupado com a bola aérea que nem existia até então, tirou um lateral e colocou um zagueiro. Automaticamente prendeu o Felipe, matou a saida de bola e virou um festival de “tira, devolve” da defesa brasileira.
Resultado aceitável, bem aceitável. Com um a menos, chega a ser bom. Mas pelo que poderia ter sido não fosse o juiz, o destempero do Diego e o surto de “medo de perder” do professor…
abs,
RicaPerrone