Mocidade 2012
Saiu o samba da minha escola querida. Como as 5 obras finalistas eram bem fraquinhas, tal como o enredo nada popular, não dava pra esperar muita coisa. Entre elas, tinha as minhas preferências, que obviamente não são as mesmas que cabem na cabeça do presidente Paulo Vianna.
Venceu um samba comum. Bom, mas comum. Fala o basicão, não anima ninguém, não tem nada de especial mas dá pra tirar um 9,8.
Nem acho “culpa” dos compositores não ter saído nada especial na safra. Acho o enredo muito ruim pra fazer um samba mais popular.
Eu acho gozado o carnavalesco vir no final e falar que a escola tem muita ligação com Portinari porque ambos são revolucionarios, ousados, etc. Ok! Então porque isso não cabe nos sambas? Porque ninguém teve essa idéia? Ou porque isso não estava na sinopse como parte do samba?
Misturar talvez a ousadia desconhecida da enorme maioria do Portinari com a conhecida de quem inventou a paradinha. Citar esta ligação, tentar fazer algo mais popular, enfim.
Nada contra Portinari, apesar de como a gigantesca maioria só sei que ele era pintor. Mas não é popular, não faz ninguém entender nada sem que seja explicado.
O bom é que os jurados também não sabem nada sobre. Então, como quase sempre, desfile que precisa de legenda não anima o público mas ganha 10 dos jurados.
Fazer o que? É o que tem…
Compositores: Diego Nicolau, Gabriel Teixeira e Gustavo Soares
Eu guardei em mim
a mais linda inspiração
pra exaltar em tua arte
a brasilidade de sua expressão
desperta gênio pintor
mostra teu talento, revela o dom
deixa a estrela guiar
faz do firmamento, seu eterno lar
solto no céu feito pipa a voar
quero te ver qual menino feliz
planta a semente do sonho em verde matiz
Emoção, me leva…
Livre pincel a deslizar
vou navegar, desbravador
um errante sonhador
Voar pelas asas de um anjo
num céu de azulejos pedir proteção
vida de um retirante
no sol escaldante que queima o sertão
moinhos vencer… Histórias de amor
riscar poesias em lápis de cor
você, que do morro fez vida real
pintou nossos lares num lindo mural
você, retratando a alma, se fez ideal
meu samba canta mensagens de “guerra e paz”
seu nome será imortal em nosso carnaval
É por ti que a Mocidade canta
Portinari, minha aquarela
rompendo a tela, a realidade
na voz da minha Mocidade