Não adianta homeopatizar a queda
Todo saopaulino que encontro puxa o mesmo assunto: o possível rebaixamento. Diante de um rival bancamos firmes e valentes que “nem fudendo”. Entre nós, como toda torcida, a conversa é outra.
Saopaulino é o cara que menos quer cair no mundo. Ele passou a vida jurando que “ele não”. E quando alguém sugeria a idéia de um dia, talvez, quem sabe, a brincadeira virava arrogancia e de fato era tratado como “impossível”.
Não é. Nunca foi. Hoje menos ainda.
E na medida em que as rodadas passam a gente tenta blindar nosso próprio coração do impacto da dor da queda. Então, mesmo mentindo, porque vamos acreditar até o último ponto possível, a gente finge que está se adaptando à queda.
Não adianta homeopatizar. Vai doer se acontecer, e vai ser só no dia que de fato acontecer.
Aos poucos, aceitando devagar, tentando racionalizar paixão, perda de tempo. Você pode até estar esperando, mas a sua dor não será menor.
E será nova, se for. Por isso mesmo você não saberá como tratá-la.
Com incentivo, Morumbi cheio, fé, a única chance. O Titanic afundou tocando violino, não adianta fazer de conta que está tudo bem, porque quem tocou violino também se afogou.
É hora do panico.
“Ah, veja bem…”. Veja bem é o caralho. O time apanha em casa de Coritiba, empata com lanterna, com a Ponte, toma goleada do Palmeiras… não tem “veja bem” mais.
Troca o técnico, compra jogador e faz dívida.
Se é pra ser rebaixado “como os outros”, tenha a humildade de se nivelar e tentar o que muitos deles tentaram e escaparam quando nessa situação.
Diretoria, faça uma “besteira”! Não será maior dos que as que vocês planejam. Prometo.
abs,
RicaPerrone