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Não é tão simples assim

Para o torcedor 2+2=4 e que se dane o resto. Se o Thomás entrou bem, ele é o titular e burro do técnico que não escalar o “novo Zico” da semana.  Na real a entrada do garoto não tem tanto a ver com a competência do rapaz em si, mas sim com a oportunidade que as saídas de Willians e Renato deram ao Vanderley.

O Flamengo 2011, onde é bom lembrar que Willians era incontestável até alguns dias atrás pra qualquer torcedor, jogava da seguinte forma.

Com o Willians saindo pro jogo pela direita, Airton preso. O técnico se obrigava a escalar o Renato pelo simples fato dele ser um “meia/volante” que consegue preencher o espaço pela esquerda, já que Ronaldinho, Deivid e Thiago Neves não vão voltar pra marcar, algo bem complicado nos dias de hoje.

Mas é característica do Luxemburgo prender um ou outro pra evitar que seus “craques” voltem pra ajudar. Sempre foi assim, era óbvio que no Flamengo ele também prezaria pela parte ofensiva.

Os dois laterais do Flamengo marcam mal. Se ele não usar um sistema de cobertura razoável, com 3 caras que não voltam na frente, vai tomar 4 por jogo.

A mudança das últimas partidas não quer dizer que o Renato saiu e o Thomás entrou. Esse pensamento é meio simples demais pra situação.

E talvez, com alguma justificativa, nem volte a ser usado do começo contra o Coxa.

O Thomás só entrou no time porque o Willians saiu. Sem ele, Maldonado e Airton formaram dupla de volantes e nenhum deles sobe pro ataque.

Muda completamente de figura. São 2 presos atrás, podendo ter um “Renato” livre e não como volante.

Então, sem Renato, o Luxa não precisou escalar um volante em seu lugar, mas sim um meia.

E um meia diferente, talvez o único no grupo. Thiago é um jogador que finaliza, que passa perto da área. Ronaldinho um cara do último passe e o Renato um volante/meia sem grandes recursos técnicos.

Quem é aquele meia que carrega a bola no Flamengo? Não tem. Pois o argentino também não é disso.

A entrada do Thomás não é uma mera substituição de um jogador por outro. É uma mudança tática e a chegada de uma característica que muda bastante a forma do time atuar.

 

Aí você me pergunta: Isso será mantido, então?

E eu te digo que não sei o que o Luxemburgo pode interpretar dessas duas partidas. Da mesma forma que com o Thomás funcionou, o time teve apagão nos dois jogos e perdeu um deles. Só não perdeu o outro porque o Cruzeiro perdeu um pênalti, se não…

O que pode imaginar o Luxemburgo num confronto fora de casa, talvez?  Volta o Renato, são 2 volantes mais presos, o Renato mais solto, por outro lado saem Jr. Cesar e Léo Moura.  Num jogo de contra-ataque pode ser válido, até pra evitar a pressão rival.

Quando você tem jogada ofensiva pelas laterais fora de casa quase sempre você impede o abafa adversário. Toda situação de “abafa”, ou de “blitz”, como queiram, é um festival de bolas que chegam dos flancos para a área. E se você tem saída por ali, eles não virão com seus laterais ao mesmo tempo.

Talvez comece assim, usando o Thomás no segundo tempo.

Talvez não.

Talvez o Luxemburgo vá pra cima do Coxa lá, com 4 jogadores de frente que não ajudam muito na marcação e dois laterais que não marcam bem. É arriscado? É!

Mas que risco corre o Vanderley?  Se o Flamengo ganha, é o Ronaldinho.

Se perde, é o Vanderley.

Se o Deivid marca, é o Deivid.

Se ele erra, é o Vanderley.

Se o Thomás voa, é o Thomás.

Se o Fla toma gols, é  Vanderley.

Sabendo que a porrada virá nele em qualquer das alternativas… talvez ele corra o risco.

Aguardemos!

abs,
RicaPerrone

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