Não mexe em nada não…
Não me lembro se um dos meus avôs ou se meu pai que falou isso algumas vezes. Mas quando eu chegava numa casa organizadinha, tudo limpinho, a primeira coisa que ouvia era: “Não mexe em nada não…”.
Pra que o risco de estragar se está tudo certo? A F-1 não entendeu nada. Viu heróis ganharem corridas de ponta a ponta, viu equipes disputarem campeonatos internos e nada disso fez dela uma categoria pior. Ao contrário, raros foram os anos onde o campeão tinha uma adversário de outra equipe com carro semelhante.
Também gostaria que fosse mais equilibrado. Mas esse equilibrio não precisa e nem pode ser forçado.
Foram tantas mudanças de 2000 pra cá que acho que a própria evolução da categoria foi prejudicada. Um festival pra impedir as Mc Laren, outro pra impedir Schumacher, outro pra tentar parar as Brawn, depois as Red Bull, agora as Mercedes. Nenhum efeito prático que não a descaracterização do que já era um sucesso.
Não vou mentir que acho a idéia do ibope cair no Brasil preocupante. Brasileiro não gosta de esporte, gosta de torcer. Com o que tem lá hoje não dá pra torcer muito, então, não assistem.
A idéia do treino não é ruim. Mas na prática foi.
As vezes todos os nossos discursos do que fazer não funcionam na prática. A diferença é que a F-1 tem como saber se funciona, nós não.
Agora eles sabem. Mas vão criar uma fórmula e mante-la por anos? Não. Vão remediar a falta de disputa da Mercedes. E amanhã, quando a Ferrari passar, eles mudam de novo.
Até que morram abraçados num dos melhores produtos esportivos do mundo.
abs,
RicaPerrone