Flamengo e Cruzeiro foram na contra-mão de todo o planeta em promover uma disputa e não rivalizaram. Eu nunca havia visto algo assim, embora tenha certeza que exista. E não, não vou entrar na pilha de amar a idéia nem odia-la.
Apenas achei boba.
Porque?
Porque não precisa de campanha pela paz quando duas organizadas são aliadas. As brigas no estádio partem 100% delas, e quando são parceiras, não há qualquer perigo. Nunca houve. Flamengo e Cruzeiro é uma campanha pela paz que nunca se fez necessária. É chuva no molhado. Qualquer pessoa de arquibancada sabe disso.
Mas é ruim? Não. É válido.
O que acrescentou? Pra mim, nada. Achei “bobo”, um cutucão a terceiros parecendo que os dois não queriam se provocar. Então, provocaram quem em campo nada mais podia fazer. A # é pra vascaino, atleticano, tricolor. Não pra eles.
O jogo foi incrível no fechamento da ação. Dois times amigos, ninguém perde, ninguém quer muito ganhar, não se provocam, o empate tá ótimo e vamos esperar acabar. Por um momento eu achei que o vice comemoraria junto do campeão o resultado.
“Maior de Minas”, “Maior do Rio”. Ok, maneiro, mas… e ai? Que horas a campanha promoveu o “Quem é o maior do Brasil?”.
Faltou chamar pro jogo. Foi uma chamada para as suas redes, pela paz, pelo fair play, não pela final. Em campo havia uma disputa, e em momento algum ela foi fomentada.
Os dois times não tinham qualquer rivalidade em 180 minutos. As duas torcidas não desejaram ver o rival “se fuder” em momento algum. E se isso é “fofo” em 2017, eu acho “bobo” em qualquer época.
Fizemos uma final européia. E sim, parte disso partiu da direção dos dois clubes em não rivalizar uma decisão. O que pra mim não faz o menor sentido.
Dava pra se respeitar se provocando. O “medo” que se tem no Brasil de pisar fora da pista faz com que a gente viva em segundo, terceiro. Temos medo de patrocinador. Eles tem medo do que “vão dizer nas redes sociais”. E ainda não notamos que a rejeição das coisas não deve ser medida por existir, mas sim por proporção.
Eu preferia que o Guerrero tivesse dito que o Thiago Neves não decidia nada. E que o Thiago tivesse respondido que o Cruzeiro não era o Chelsea e mandado ele calar a boca.
Mas o mimimi seria infernal. Então, embora ache bobo, entendo os dois clubes. O que não entendo é porque tanta gente esclarecida deixa de brincar por “medo” dos burros.
abs,
RicaPerrone