Nós, a seleção!
Uma das coisas que eu mais amo na vida é ver a cara de merda de quem duvidou de mim ou me desmereceu. O prazer da “vingança” é natural, é instintivo e pobre do sujeito que se considera evoluído ao ponto de não ter esse gostinho.
Esse time do Brasil foi um saco de pancadas. Nós ouvimos pós Copa de 2014 diversas vezes que seria difícil classificar, que pela primeira vez existia um risco real da seleção ficar fora da Copa.
Que eram mimados, irresponsáveis. Que não fabricávamos mais talentos. Que só queriam dinheiro, que não se importavam.
Ouviram que a favorita era a Argentina, o Chile, não nós. E ouvir isso jogando futebol deve ser ainda mais revoltante do que o conhecendo, porque é tão absurdo que chega a motivar.
Esse time atropelou todo mundo e terminou uma eliminatória de 18 jogos com 10 pontos na frente do segundo colocado. Brincando nas rodadas finais, dando olé, chapéu e ganhando de time motivado.
Somos favoritos em 2018. E não, sua anta! Não é porque a fase é boa. É porque somos nós, o Brasil. A seleção mais foda do planeta, os donos da porra toda, o time do mundo, a referência de todos.
Esses meninos dormem hoje com a seleção recolocada no seu óbvio lugar na mais torturante fase para ser um deles. Eles pagam por algo que nem participaram, pela desconfiança de uma geração que ainda não venceu e pelo ódio jornalístico nacional que se nega de toda forma a assumir um lado. E que deveria ter sido, desde o primeiro dia, ao lado deles!
Com Tite, Dunga, a puta que pariu. Tanto faz. O nosso LADO é o da seleção. Eles nos deram o ouro, nos deram a vaga pra Copa, nos deram a dignidade de volta. Nos deram o favoritismo. Nos deram alegria e orgulho.
E nós, porrada. Hoje, aplausos. Merecidos, os dois. Mas é preciso ter um lado.
Dá pra aplaudir do lado deles. Dá pra criticar também. Mas do lado deles. Sempre, todo dia, até o último jogo da Copa. “Nosso time”, “nossos meninos”. Não tem CBF, dirigente, nada.
Eu tenho orgulho desse time. Tenho orgulho da seleção e especialmente de ter sido um dos que não mudou de lado em momento algum, nem mesmo na noite após o 7×1.
Aconteça o que acontecer daqui pra frente, fique do lado certo. E não corra pro outro na primeira turbulência. Seja parte da vitória e da derrota. Aprenda a usar com dignidade o “nós”. Ou em 2018, se campeão, diga “eles”.
Obrigado meninos. E desculpa qualquer coisa.
abs,
RicaPerrone