Nossos “campos” não dizem mais nada
Quem nunca correu num gramado bem batido não pode avaliar se é melhor jogar futsal ou campo. A padronização de tudo nos leva a perda de personalidade.
Há tempos não rodada o país para novas peladas e ao fazer me deparei com um padrão.
Quando se olha o campo e o estado do gramado muito se sabe sobre o mandante. Quando num piso frio de futsal, tudo se torna quase igual.
Não há mais aquela personalidade de outras épocas onde se deixar a grama alta era um charme a mais. Não existe mais sequer o campo referência em grama alta, como em tantas revistas exaltamos no passado.
Aqueles cortes radicais com tons diferentes menos ainda. É tudo igual. Você pode jogar em dez campos diferentes, sentirá um cheiro novo, um ambiente diferente, um controle de acesso mais rígido ou generoso. Mas na hora que a bola rolar ele ficará igual a todos.
Onde estão os campos inesquecíveis? Cadê aquela sensação única de ir entrando no túnel pra enfim descobrir o gramado?
Não que eu sinta falta dos campos de terra e lama, longe disso. Acho que quanto mais bem tratado, melhor. Mas sinto falta da diferença que marcava a personalidade pelo gramado.
O futsal tem seu valor, o society idem. Mas o campo, quando bem cuidado, de grama natural, sempre será especial. Beijamos o gramado antes de entrar, algo que hoje pesquisas revelam já não ser um padrão.
E embora nenhum deles possa evitar eventuais interdições por força da natureza, ainda assim acredito que seja frescura essa coisa de minimizar o número de jogos.
Ele aguenta. Se aguentava preliminar e jogo principal na década de 80, porque agora não aguentaria com tanto tratamento especial?
Vamos despadronizar os campos, gente. Eles dizem muito sobre você para serem iguais a todos. #paz
abs,
RicaPerrone