Novos treinadores: geração pontos corridos
A nova safra de treinadores do futebol brasileiro é ótima. Já cansei de fazer elogios aqui e pedir que os times parem de andar em circulos contratando velhos mediocres com tanta promessa de brilhantismo vindo de baixo.
Eles tem subido, ganhado espaço e melhorado nosso jogo. Mas tem uma característica em comum muito difícil de gostar: eles preferem a bola do que o gol.
A posse de bola é sim o objetivo numero um do jogo. O que você tenta ter o tempo todo é a bola, portanto não se pode ignorar o controle do jogo quando se tem a bola. Mas me parece que dopados pela Guardiolamania, os times brasileiros estão virando especialistas em pontos corridos.
Não há mais o motivacional extra do grande jogo. Eles pensam com a cabeça europeia de que “pago em dia, voce joga, ponto final”. Isso não funciona com latinos. É uma questão cultural e não profissional.
Os times não abafam no final. Não há coração, mas sim muita razão. E não, isso não é um defeito. A total falta do coração é que é.
O ímpeto pelo gol diminuiu. O drible despencou na medida em que “perder a bola” é o que o treinador menos quer ouvir falar. E portanto as jogadas de risco são menos comuns.
Note como vários times de novos treinadores tem características semelhantes nesse sentido. Todos muito organizados, cheios de toques curtos precisos, mas sem alma. Não tem o algo mais.
É tão bem treinado que parecem confiar mais no que foi ensaiado do que no talento. Eu prefiro que seja a maior parte no ensaiado, mas não tão pouco baseado no talento.
Nosso futebol é técnico e apaixonante. Inconsequente pro bem e pro mal. E tirar isso de nós é mais um passo nada inteligente a comparar com o futebol europeu onde, obviamente, perderemos.
O futebol pensado mais do que jogado nos desfavorece. O “craque” brasileiro é favelado, sem estudo, pouco inteligente. O europeu vem da escola, família boa, estudado e com muito mais capacidade de entendimento do que o nosso.
Tem que haver um meio termo. Ou vamos escalar, em 10 anos, a seleção com Enzo, Pietro, Marcelo Augusto, Pedro Paulo, Ramon, Heitor, Miguel e Valentino.
abs,
RicaPerrone