O dia que a Libertadores ganhou o Corinthians
Era um 4 de julho onde São Paulo não trabalhou. A terra que nunca para, parou. E mesmo os mais apaixonados rivais sabiam que dali não passaria. Era, portanto, o dia.
Não havia qualquer movimento na cidade que não remetesse ao jogo. Havia Corinthians, Boca e o resto da cidade toda era figuração.
Me lembro bem porque estava no Rio e voltei pra SP naquele dia só pra estar lá na hora do jogo. Nem ao Pacaembu eu fui, mas eu queria estar ali pra ver a cidade se libertar do trauma de tantos anos.
Com a marra que sempre lhe faltou, contra o maior dos rivais possíveis, o Corinthians transformava pesadelo em história. Eu nunca vi tanta gente rindo a toa de madrugada, nem mesmo tanta gente andando sem direção no fim do dia.
Naquela noite jogaram Corinthians, Boca, Palmeiras, São Paulo, Santos, Inter, Grêmio, River Plate, Indpendendiente… E contra todos eles, deu Corinthians.
A maior das vitórias. Sim, maior que o Mundial. Libertadores é uma escada que você sobe e chega ao topo num final apoteótico. O mundial é um jogo, dois no máximo. Embora represente “o mundo”, é menor que a América.
Eu sei que o sonho do Corinthians era ganhar a Libertadores. Mas naquele dia que descobri que o sonho da Libertadores era ganhar o Corinthians. Mais importante do que tê-la pra ele, era o o torneio contar com aquele campeão.
Noite sem igual, uma cidade cinza que sorria de todos os lados. O indiscutível de quem sempre se discute. O mérito que não deixou poréns.
Salve 4 de julho de 2012, o dia que a América conquistou o Corinthians. O dia que a cidade de São Paulo parou de trabalhar pra se divertir. O melhor dia da vida de milhões.
E, porque não dizer, os melhores minutos de 107 anos de vida.
abs,
RicaPerrone