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O eterno “problema” nacional

O esporte no Brasil tem por estilo a alegria, a irreverência e, fundamentalmente, a sindrome de vira-lata.   Manda um time ganhar de outro do mesmo nível, ele aguenta. Manda ganhar de um melhor que o dele, idem. Agora, coloca brasileiro na situação de favorito pra você ver…

São raros os que conseguem manter o equilibrio e confirmar o esperado. Parece que pra nós tudo tem que ter emoção, até o que não precisa.

Nas últimas duas semanas repetimos em doses cavalares as últimas décadas. Os nossos, quando colocados em situação de “perder é absurdo”, perdem.

Quando colocados na cômoda situação de “zebra”, viram o jogo com talento e qualidade.

Os nervos sempre foram o nosso maior rival. Não fossem eles, por exemplo, a argentina estaria buscando sua primeira Copa América até hoje. Mas, ao contrário de nós, eles tem nervos de aço e pouca bola. Nós temos muita bola e nervos de plastico.

Cruzeiro, Inter, Fluminense, Flamengo, São Paulo… todos em situação de “não pode perder”. Perderam.

Recentemente estes times foram colocados em situação de “impossível”. E buscaram.

O Avaí não é melhor que o São Paulo, como o Ceará não é melhor que o Flamengo, idem pra Penarol, Once Caldas, etc, etc, etc.

Mas não eram favoritos. E hoje, no futebol equilibrado e físico, onde pouco importa a qualidade, estará sempre perto do seu rival, vale muito ter na cabeça o “nada a perder”.

As últimas semanas estão ai pra confirmar o que é historico no Brasil. Que aliás, dá a graça da Copa do Brasil.

Graça que ficou sem graça. Apenas o Vasco aguentou o tranco e ainda assim quase entregou a rapadura hoje.

Dez dos 12 grandes do futebol brasileiro estão fora do semestre. Seguem Vasco e Santos.

Dos 10, TODOS cairam para times menores ou inferiores.

Será que é epidemia? Não. É a maldita obrigação de vencer somada ao medo que temos de assumir essa condição.

Está na hora de começarmos a aprender a lidar melhor com isso, ou nosso futebol continuará muito interessante internamente, bastante nivelado quando jogamos com alguém de fora.

Dirão os “nanicos” metidos a vítimas de preconceito que eu estou sendo um cretino em desmerecer o Avaí a condição de pequeno.

E eu diria, sem o menor pudor, que time grande não faz carnaval fora de época quando elimina outro grande.

Você nota o gigante quando ele ganha, mais do que quando perde.

Na derrota todos choram. Na vitória é que alguns agem com naturalidade, outros com surpresa.

Quem se surpreende com a própria vitória não pode se considerar grande.

Parabéns aos médios e pequenos que tiraram 10 dos 12 maiores brasileiros dos seus objetivos no semestre.

O que os 10 tinham em comum?

O favoritismo.

E o Vasco que se cuide, pois se ser “um dos favoritos” já causa pânico na maioria, imagine ser o único e grande favorito…

abs,
RicaPerrone


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