Num 442 que parece efetivado, o Tricolor vai do inferno ao céu, ganha moral, se classifica e cai nos braços da torcida, o que ainda não havia acontecido na temporada 2009.
Quase 50 mil pessoas, 19h. A desculpa do horário, de novo, cai por terra. A enorme torcida tricolor vai ao encontro da única coisa que lhe dá prazer e lhe faz sair de casa: “Libertadores!”. O resto, só interessa na final.
Festa, Morumbi lotado, adversário fraco e desfalcado, o time devendo em casa… tudo pra um jogaço.
O Tricolor completo, sem desfalques, o que pela primeira vez diz ao torcedor: “É esse o time titular”. Está definido pelo Muricy, que ousará mudar para 2 zagueiros depois de anos de sucesso com 3. Mais ou menos, porque na verdade essa é a formação mais tática que o SPFC poderia ter.
Como expliquei em outro post, são 3 formações com 11 jogadores. Nada pode confundir mais um rival do que isso. A sua escalação não entrega como você jogará, é fantástico.
Mas, voltemos ao jogo.
Ruim no primeiro tempo, com um gol discutivel. Ninguem falou nada, mas… o cara que atrapalha o Ceni não estava impedido? Então, mesmo que ele não toque na bola, não teria sido fundamental pro Rogério cair dentro do gol e levar o frango? Aí não cabe o impedimento? Eu não tenho 100% de certeza, só vi um replay. Mas me pareceu adiantado, e neste caso, imagino que tenha interferencia no lance.
Veio o segundo tempo e o time mudou, como sempre muda com Dagoberto. Ele erra, mas ele corre, abre, dá opção. O time precisa de um Dagoberto porque o time inicial é bom, mas muito previsivel do meio pra frente. Você tem certeza que virá um chute de fora com Jorge e Hernanes, ou um cruzamento pra Borges e Washington. O resto é quase o acaso.
Enfim, com outro erro de arbitragem, Borges empata, impedido. Na sequencia, o goleiro erra, o zagueiro erra, o Borges erra o chute e 2×1, daqueles com cara de Libertadores. Tudo errado, lance feio, que se foda!!! É Libertadores, Morumbi lotado, aquela torcida que eu tanto critico por ser mimada e preguiçosa adora esse campeonato… é a cara dela!
E assim o Borges vibra. Muricy sai pulando igual uma criança, e o Capitão comemora isolado em seu gol, como raramente tem acontecido. O banco pula em campo, o time vibra como um todo, e a torcida canta feliz da vida. Ao final, a sensação de uma grande virada, de força, de união, e não de um jogo qualquer onde o juiz ajudou pra todos os lados (que não expulsao do Dago foi aquela seu juiz??????) e os gols foram caindo do céu.
O SPFC precisava disso. Um jogo pra apaixonar o time com o torneio. Pra torcida entender que ela joga, não que assiste. E pra lembrar aquele momento de 2005, onde cada dividida era comemorada. Aquilo ganhou aquela Libertadores. E só aquele tesão, que Gremio, Inter e Flu tiveram mais que o SPFC na sequencia, podem devolver a final ao Morumbi.
Esse jogo pode mudar tudo!
abs,
RicaPerrone