O sorriso voltou
Nunca deixaram de te respeitar. Você sabe disso. A questão nunca foi esse respeito mas sim a dos “bastidores”.
Quando o vascaíno comemorou “a volta do respeito” via eleição presidencial, entendi. Não concordei, mas entendi. Eles diziam que “não seremos mais roubados”. O que pra qualquer não-vascaíno soava como “eles vão ganhar no apito”.
Entre as lamentações extremistas dos dois lados, discutíveis posturas políticas e muito blá blá blá, havia uma busca velada pela confirmação da frase “slogan” do Vasco 2015.
Se por um lado os não-vascaínos torciam mais por um gol irregular do que pela derrota, por outro tudo que queriam neste domingo era mais uma vitória na bola, incontestável, grandiosa e que representasse a volta do respeito pelos pés, não pelas mãos.
Hoje sim, “o sorriso voltou”.
E voltou com o Maracanã lotado, com uma torcida barulhenta e assumindo o nervosismo pela grande final.
Grande final. É lá que devem estar os grandes clubes. Ora pra ser vice, ora pra ser campeão. Mas é preciso fazer parte delas.
Acho que nem o mais fanático e doente vascaíno acha que tem um timaço, que vai pra Tóquio ano que vem e que o clube será um modelo estrutural e administrativo com essa antiga-nova direção. Mas honestamente, de forma imediatista, apaixonada e irracional, tal qual nossa paixão pelo futebol, eles precisavam desse título.
Porque em 2014 eles mereceram, ganharam e um erro aos 46 os tirou das mãos uma taça conquistada. Sim, um erro. Como eventualmente todos que em 2015 aconteceram contra e a favor do Vasco. Até que se prove o contrário.
As vezes você perde a razão, toma um porre e passa uma noite feliz. E talvez a razão tivesse ainda mais razão se pudesse ter coração.
Eurico pode ser uma cachaça com consequências terríveis a saúde do Vasco e a paixão do vascaíno. Mas hoje, pelo menos hoje, enquanto o efeito do alcool não passar, deixem-nos serem felizes.
Não vicie, mas uma dose de alegria não faz mal a ninguém.
Parabéns Vasco!
abs,
RicaPerrone