Futebol

O suicídio diário ao vivo e a cores

Basta acordar e entrar na web para ver que dezenas de jornalistas perdem seus empregos todos os dias. Basta um pouco de bom senso pra notar uma crise sem precedentes no mercado e que as coisas mudaram radicalmente na forma de se levar esporte ao torcedor.

Em pleno 2017, com mil redes sociais e as notícias sem fonte se espalhando desesperadamente em segundos tem gente que ainda quer “cravar” um furo de reportagem achando que isso lhe dará algum fruto. Não mais.

A diferença brutal entre “fechou” e “só falta assinar” é absolutamente ignorada e a cada dia surge mais um não jornalista numa rede qualquer fazendo sem diploma o que nós jurávamos sermos capazes de fazer por termos estudado.

A web mostrou que se faz tv, rádio e conteúdos diversos sem diploma. A web engoliu as teses sobre influenciadores, emissoras, “culpa do editor”, etc.  Ali, é você, o clube e o torcedor. E ele é doente mas não é burro.

Jadson não fechou com o Corinthians ainda. Se tivesse fechado estava no clube treinando.  Drogba em momento algum passou boletins de como estava sua cabeça pra jornalista brasileiro nenhum, que saiu cravando o cenário com uma convicção irritante.

As aspas, quando faltam, são criadas em entrelinhas. E aí mora a maior burrice que estamos presenciando na história da mídia brasileira.

Enquanto norte-americano enche o rabo de dinheiro porque valoriza o seu, vende entretenimento como entretenimento e minimiza problemas para dar ao consumidor o que ele quer: lazer;  o brasileiro menospreza o produto, expoe todos os problemas, não indica solução pra nenhum deles, vende o peixe do vizinho e no fim do mes reclama que foi demitido.

Senhores, idealistas ou não, sejam ao menos inteligentes. És um negócio e se não fosse, não seria dele que sairia seu sustento. Se é por ideal, faça uma ONG, não um curso de jornalismo.  Como bom negócio, tem que ser bom pra todos. E se no conceito jornalistico ainda é inteligente “destruir”, “menosprezar”, “fazer chacota”, “dar aula do que nunca fez”  e rir quando dá errado, entendam que a crise e as demissões no mercado são como o 7×1 pra alguns de vocês:  foi pouco.

Jornalista escreve pra editor. Ele quer sempre agradar o chefe, ganhar tapinha nas costas no CT e prêmio no fim do ano. A web colocou o jornalista de frente pro torcedor e não mais pro editor. A maioria ainda não entendeu. E por não entender toma muita chuva em busca de um “3 pontos positivos se Deus quiser” toda semana e sai dali puto com o salário.

Não é preciso ser bom ou mau jornalista pra olhar em volta. Temos um produto, vivemos de carrega-lo da fonte ao consumidor final. É simples.

Já gerenciamos um clube? Um departamento de marketing? Um elenco? Temos experiência tática? Alguém nos ensinou como proceder numa negociação envolvendo um jogador internacional?  Não.

Então, com todo respeito, vai se reciclar na Europa e não enche o saco do Renato Portaluppi.

O torcedor nos odeia, os clubes nos odeiam. Os jogadores fogem da gente. E nós não conseguimos mais ampliar o mercado, pelo contrário, só fecham portas.

Será possível que seja tão difícil assim perceber que tem alguma coisa errada?

abs,
RicaPerrone

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