Operação R10 – Capítulo 1
A idéia
Há algum tempo Mário Bittencourt comentava que esse time do Flu precisava de mais um medalhão para blindar a garotada. Informalmente já pensou em muita gente, mas nada viável. Até que um dia, conversando com Victor, um empresário que por coincidência também é amigo do R10, surgiu a informação de que Ronaldinho poderia deixar o Queretano no meio do ano.
Foi o suficiente para tirar o sono de Mário. Com seus botões passou parte da madrugada imaginando o que significaria ter, talvez, quem sabe, um dia, o Ronaldinho Gaúcho no Fluminense.
Seria a maior contratação da história do clube ao lado do Romário, Deco e Fred. Seria um tapa na cara a quem ousou dizer que sem Unimed o Flu estava fora do mercado. Fred ficou, Ronaldinho chegando, a resposta era clara. Em diversos fatores, pro bem e pro mal, seria “foda”.
No outro dia Mário conversa com Simone, diretor de futebol. Ele reage com surpresa, mas obviamente gosta da idéia. Conversam com Ricardo, do scout do clube, e é mais um que concorda que Ronaldinho ainda tem muito a acrescentar.
A partir dali Mário cria uma missão pra si mesmo: viabilizar o projeto R10.
O risco
Ronaldinho custa caro. É um para-raio de jornalista maldoso, uma notícia ambulante. Conforme o Fluminense começa a ganhar jogos, Ronaldinho passa de um arriscado negócio a uma possibilidade bem encaixada.
O time já briga por G4, pensa alto, sobe muitos garotos e sente cada vez mais a necessidade de ter outra referência além do Fred. A marca Fluminense precisa romper as fronteiras nacionais e ninguém daria mais cartaz ao Flu do que Ronaldinho.
É quando Mário e Simone começam a somatizar a importância do negócio. É marketing, é técnico, é uma resposta ao flui “sem Unimed”, é uma possibilidade de título no primeiro ano sem o patrocinador, é a marca lá fora, passar o Vasco em títulos nacionais…
Ronaldinho já não é mais um sonho. Agora é alvo.
O primeiro contato
Victor, o empresário que é amigo de Ronaldinho e fez este processo começar, vai nas Laranjeiras e conversa pessoalmente com o Flu. Eles lhe entregam uma apresentação feita pelo marketing do clube tentando explicar para o Ronaldinho e seu staff o porque desse flerte.
Na apresentação tem Libertadores, sócio torcedor, onde o clube quer chegar, o ambiente que ele teria e um trunfo bastante interessante: O Maracanã.
Ronaldinho nunca jogou no Maracanã como “casa”. Quando no Flamengo era Engenhão, e portanto o craque não tem seu nome marcado no maior estádio do mundo.
O Fred vai te buscar
Na cozinha do clube, Simone e Mário resolvem abrir para o capitão do time a idéia. A reação de Fred, embora não seja oficial, é muito relevante. Ninguém conhece o grupo como ele e, portanto, o termômetro Fred é fundamental num projeto desses.
O capitão ouve, estende a mão e pega o celular. Eles ligam pro Assis.