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Os opostos

Ontem, quase de forma simultanea, Santos e SPFC atuaram pelo Paulistão.  Quem teve a oportunidade de ver os dois jogos ficou com uma idéia muito clara do quanto se equivoca o Tricolor na idéia do “jogador alto e forte” e o quanto o Santos se torna imprevisível com seus magrelos talentosos.

O SPFC nem jogou mal ontem.  Mas o Santos, este sim, deitou e rolou. E a diferença entre os dois times é tão nítida e óbvia que te deixa até confuso sobre algumas teorias recentes do futebol.

Porque diabos existe essa teoria, sustentada com muita força pelo São Paulo, de que jogador tem que ser grande e forte? Desde quando isso ganha jogo?

A diferença é brutal.

O Santos pega a bola e você simplesmente não sabe o que esperar. Drible, passe, lançamento, chute, tabela, você não tem idéia do que eles vão fazer.  Do outro lado, quando o SPFC pega a bola, você tem absoluta certeza do que vai acontecer. E isso se deve ao tipo de jogador.

Ao entrar em campo com um centroavante alto, grandão, que não sabe matar uma bola e que usa a canela o tempo todo, você obriga seu time e procura-lo. E para procurar um cara assim, só cruzando pra ele, pois se usar o chão ele erra.

Aí a bola vai no Jorge Wagner. A cada 10 lances nele, 9 ele vai cruzar no Washington. Óbvio.

O Cicinho deu ao Tricolor um lado mais “imponderável” pela direita. Agora você não sabe o que vem por ai. E seria interessante que o mesmo acontecesse no meio e na esquerda, onde é tudo muito óbvio e previsivel.

Robinho, Neymar e Ganso são tudo que uma zaga não quer enfrentar.  O Washington recebendo bola o tempo todo não é exatamente o maior problema do mundo para as defesas por aí.

O Tricolor precisa alternar seu jogo, dar opções e usar mais o drible. Agora, isso não vai acontecer com W9, J Wagner, Richarlyson, entre outros. Vai acontecer com Marlos, Oscar, Dagoberto, etc.

Achei que Cleber Santana e Cicinho já melhoram muito o time. Mas acho, também, que se vier o Fernandão e isso não significar a saída do Washington, o time afunda novamente. E temo por isso, já que o Fernandão é visto como um “quase meia, quase atacante”, por muitos.

Ontem ficou claro o que eu sugiro há tanto tempo. Um time totalmente imprevisivel e, talvez, o mais previsivel deles do outro lado.

Falta um meio termo, principalmente ao SPFC.

Mas o time tem melhorado, sem dúvida.  Falta bastante ainda, mas, já ganha muito com Cicinho e Santana.

abs,
RicaPerrone

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