Os surtos do Tricolor
Eu assisto jogos do SPFC mudando de idéia a cada 10 minutos. Começa, bola rápida, pé em pé, 2×0. Penso num texto exaltando o bom futebol.
Passa mais 20 minutos e o time do Paulista começa a dar bolas na intermediária pro SPFC chutar. Vejo que o adversário facilita o baile. Devo, portanto, ponderar.
Vira o tempo, o Paulista cresce, o SPFC marca mais um, toma o primeiro, tem um expulso e cria no contra-ataque. Mas não joga uma grande partida. Falo com moderação de “porra nenhuma”, portanto?
Há coisa mais chata do que falar de um jogo onde o time grande venceu e jogou “razoavelmente bem”?
O time surta. Você começa a achar que “agora vai”, ele pára. Você acha que parou, ele reage e dá uma arrancada na frente.
Você pensa que está ficando chato o time cria uma jogada linda de pé em pé. Quando você vai exaltar a boa troca de passes eles levam 10 minutos tentando driblar o time todo e perdem todas as bolas.
É parte de um time em formação, parte das características dos caras, parte da pressão e outra da falta dela.
Hoje, no Morumbi, era só vencer. E o SPFC venceu.
A notícia do dia não é a vitória, os 3 gols do Loro José, nem mesmo a expulsão estranha dele no fim.
O bom do Morumbi hoje foi Renê, profissional, experiente, agora mandando nas categorias de base. Em tese, baita notícia. Um profissional com algum nome (mesmo tendo muito mais grife do que resultados) assumindo uma coisa importante dentro do clube sem a vaidade de querer ser o técnico.
Não que o Renê tenha bala pra dirigir o SPFC, mas é melhor cuidar da base do Tricolor do que de muito time profissional que ele andou treinando.
Bela contratação. Ousada, mas que ao mesmo tempo baixa a bola da molecada porque o técnico deles também tem grife, não só o profissional.
Que os bons surtos se tornem rotina.
abs,
RicaPerrone