Pânico!
Mascaras, muito barulho e euforia. O Galo chegando onde há muito não chegava, perto do que há tempos sequer sonhava.
Terror, pressão, caldeirão.
Hoje sim, hoje não.
Nervoso com uma história de fracassos recentes nas costas o Galo não se decidia entre tentar o gol quase inútil e recuar para evitar o gol que o eliminaria.
Regra imbecil, internacional, burra. Gol é gol, aqui, no horto ou em Wembley. Diz a FIFA que não, então, pesamos nossos tentos.
A bola que não parava nos pés de ninguém. As chances que pareciam parte de um roteiro de terror.
Quase lá, quase lá!
Um vacilo, Victor salva e se faz herói.
Quase lá! Falta muito pouco.
Pênalti.
E sem tempo de reagir.
Se entrar, acabou. O “cavalo paraguaio”, o “Cuca pé frio” e o “time que não ganha nada há 40 anos” voltará a atormentar o torcedor do Galo por, pelo menos, mais 6 meses.
Pânico.
Não minta pra mim. Você odeia ouvir isso, mas pensou em tudo isso quando aquele apitou trilou alto aos 46 do segundo tempo.
“Hoje não!”, saia dos olhos daquela multidão que se calou.
Olhos fechados, mãos apertadas junto ao peito, fé de converter ateu.
O apito, a corrida, o chute, pra sempre.
Victor se torna oficialmente o ser vivo mais importante do planeta pelos próximos 5 minutos.
O atleticano chora de forma compulsiva e coletiva. Raros os que não tinham lágrimas nos olhos quando a camera passava por eles.
E aos 49, quando o juiz apitou o final do jogo, até a mascara do pânico sorria
abs,
RicaPerrone