Tem algumas coisas – e não são poucas – que sou meio radical. O Grenal precisa precisa ser matéria escolar com nota, prova, recuperação e os caralho.
Tal qual é dever moral de qualquer emissora detentora de direito de transmissão do clássico que ele seja disputado isoladamente de outros jogos, num horário nobre nacional e transmitido em rede. Se possível sem narrador, comentarista e reportagem. Só com som ambiente.
É a maior partida de futebol do mundo onde o que menos se faz é jogar futebol. Embora esteja dentro dela o que há de mais importante no futebol.
É no Grenal que o par ou ímpar dá merda. Hoje deu. E que maravilha! Porque é pra isso que vemos futebol e ostentamos camisas e bandeiras: pelo direito a lamentar cenas lamentáveis.
Mas por um minuto de sinceridade, pense o quão lamentável seria não ter mais cenas lamentáveis para se lamentar?
Viva o Grenal. Ele nunca nos deixará sem as tais cenas. Simplesmente porque é um jogo onde até a bola é menos notada do que a intimidação, a rivalidade, a paixão, o ódio e o ambiente.
É possível jogar um Grenal sem a bola. Juro!
O que não é mais possível é permitir que crianças sejam domesticadas e catequizadas sem que este jogo seja parte da cultura nacional e não apenas local.
O Grenal é muito do que nos falta. E dali se tira muito do que nos diferencia.
O futebol brasileiro respira aliviado quando há um Grenal, e por incrível que pareça e talvez você nunca vá entender, isso não tem nada a ver com a qualidade do jogo.
Tem a ver com a diferença brutal e tão pouco compreendida entre “entender de futebol” e “entender futebol”.
Do segundo quase ninguém entende. O Grenal é uma aula.
abs,
RicaPerrone