Preservação da espécie
Antes no chão de urina do que excluído do evento. Um torcedor só se faz torcedor dentro de um estádio. E se de longe dele se diz ser, engana a si mesmo.
Quando mais de 50 mil pessoas entram no Morumbi para uma noite de Libertadores não estamos disputando um campeonato. Estamos preservando uma torcida, uma relação e uma história.
Todo garoto de 12 anos que assistiu o Barcelona ser eliminado a tarde e foi ao Morumbi a noite entendeu, de forma clara, qual é o time dele e o que significa ser torcedor.
Destes 51 mil, não ouvirás mais “meu Barça”.
É um batismo, um ritual. Precisa de reforço, novas doses, nem sempre a primeira resolve. Mas é numa noite de decisão, dentro do estádio cheio, que você entende tudo aquilo.
Hoje, mais uma vez, o são-paulino se confirmou são-paulino. É disso que ele vive, e é preciso respeitar. São-paulinos não vivem de São Paulo. Vivem de Libertadores.
Assumam ou não, é o que os move.
E toda vez que por ela se movem, se lembram de quem são. É dentro do sagrado Morumbi, moderno estádio antigo, um dos últimos, que se preserva paixão, relação, fidelidade e vontade de passar adiante.
Hoje o São Paulo não ganhou do River apenas. Ganhou do River, do Barça, do Chelsea, de quem mais quisesse. Porque ninguém pode vencer o São Paulo dentro de um são-paulino em noite de Libertadores no Morumbi.
A não ser o próprio futebol brasileiro quando os afasta dos estádios, seja pelas organizadas ou pelos preços. Se deixar tudo na tv, eles ganham. Não sejam burros, preservem a espécie.
abs,
RicaPerrone