Quando a eliminação é o menor dos problemas
O Morumbi tinha muita gente e um vazio insuportável. O São Paulos segue sumido e novamente não deu as caras. A vontade não foi, o algo mais se perdeu no caminho e o futebol sequer foi convidado.
Uma noite onde a eliminação para o Talleres foi o menor dos problemas.
Um time sem nada. Uma torcida esperando qualquer coisa. Um desejo nada escondido de ver o sobrenatural resolver a questão, pois o óbvio estava gritando aos 15 do primeiro tempo já.
Um bando na frente, outro atrás. Bolas pro alto e seja o que deus quiser. Uma várzea. Eu diria tranquilamente que aquilo era o primeiro treino de um time de juniores que acabou de se conhecer. Não há uma jogada, uma tendência de jogo. É bola pro alto e foda-se os 90 minutos.
O emocional não existe. O treinador não tem idéia do que fazer e se presta ao absurdo de colocar um garoto aos 42 do segundo tempo.
A torcida pede Muricy, mas esse time precisa é de um Cuca.
Não adianta meter mais um especialista em super-defesas com bola alta. Tem que mexer é com o brio, transformar jogos em histórias, jogadores em lendas. Ninguém faz isso melhor que o Cuca, convenhamos. Ele leva um auxiliar, um preparador e a alma.
Hoje o Morumbi viu um São Paulo muito pior do que eliminado. Um São Paulo morto, rastejando, se humilhando chutando bola pro alto contra o décimo colocado do campeonato Argentino.
Vexame? Não… raramente vejo vexames no futebol. Zebra, sem dúvida. Vexame seria perder hoje em casa também, ser goleado, algo assim.
Mas se não há vexame na derrota em si, há um muito grande no que se apresenta em 90 minutos.
O São Paulo hoje foi mais do que eliminado. O São Paulo hoje foi inaceitável!
RicaPerrone