Quanto vale um ídolo?
O futebol cada dia mais se resume a números. É um tal de “X gols em x jogos”, “x assistências”, como se pudessemos coloca-lo no patamar esportivo dos demais esportes e avalia-lo por dados estatísticos.
Como um dos primeiros caras a usar estatísticas no jornalismo esportivo eu lhes garanto: não! Ajuda, mas passa longe de ser o fator determinante de avaliação.
Futebol é sonho. Jogo é basquete, volei, tenis. Futebol é outra parada.
Quando o Fluminense vende o Fred e alguém diz que o clube “se livrou de um salário alto” ou fala da saída dele em cima dos números do ano anterior, está falando de outro esporte.
Ídolos sustentam o esporte, especialmente o futebol.
Ao trazer Julio César o Flamengo leva gente pra perto dele. Compra um goleiro espetacular, um dos maiores que vi na vida, e mesmo em fim de carreira e não jogando no seu nível há algum tempo, é um ídolo, identificado e que carrega gente com ele.
Ele vem da Europa pra passar 3 meses numa cidade em guerra pra ganhar quase nada só pra se despedir no clube dele de coração. E você não entende a contratação?
Trata-se disso o futebol.
Eu vou ao Maracanã na estréia dele. Talvez meu pai que nada tem com isso me ligue de SP e diga que quer ir também. Porque é o Julio César, e se você não entendeu, olha pro jogo das estrelas em dezembro o que foi o Adriano em campo.
É mais do que um goleiro.
O Flamengo anuncia ser mais Flamengo a partir de hoje.
abs,
RicaPerrone