Quem somos, afinal?
A CBF nunca foi de tomar boas decisões. Sua mania de tentar fazer o que a imprensa pede na busca desesperada por “aprovação” é tão clara quanto fracassada. Mas, como a ordem por aqui é copiar tudo de “lá”, seguimos em frente.
O Fluzão pediu, com todo direito e lógica do mundo, a taça no domingo para mostrar pra sua torcida no Engenhão. A CBF disse não, pois ela só pode ser entregue nos pontos corridos ao final do campeonato, num teatro, para alguns jornalistas verem e ninguém mais.
De terno, os craques recebem e fingem estar explodindo de alegria. Aplausos, dirigentes na foto, mídia nas cadeiras comendo de graça e cenas para a história que nunca será contada.
Quem vai se lembrar de quando Fred, de terno e gravata, segunda-feira a noite, no Sportv, levantou a taça de campeão num teatro em São Paulo?
Cena mediocre, idéia imbecil, conceito europeu de futebol/negócio, não o nosso de futebol/paixão.
Querem profissionalizar tudo, até o que não deve.
Festa é no campo, sem camisa, pulando, falando palavrão, levando torcedor ao delírio, chorando, gritando, dizendo mais do que deveria nas entrevistas, com a taça nas mãos, medalha no peito e vontade de não mais sair dali.
No palco ficam artistas e cantores.
Aplausos no teatro recebe ator, não jogador. Eles querem o povo gritando “puta que pariu” em coro, não uma duzia de jornalistas de gravata aplaudindo enquanto twittam “Que lixo de comida”, “Festinha caida”, etc.
A CBF é apenas o espelho dos clubes brasileiros, que como sempre digo, são os reais responsáveis por tudo isso, afinal, o voto é deles.
Campeonato encerrado em estádio vazio, anuncio de titulo dado por reporter na beira do campo, 1 mes de férias cumprindo tabela, estádios vazios, ibope pequeno e festa no teatro.
Isso pode ser um erro, um grande acerto, mas com enorme certeza não é “nosso”.
E enquanto reinar esse sentimento covarde de tentar ser como a referência e não o que de fato somos, continuaremos na incrível busca de retomar o que eramos enquanto não os copiavamos. Só que agora, buscamos voltar a ser nós mesmos, copiando.
abs,
RicaPerrone