Sem bola

Rara referência

Boechat é um cara que eu não conheci embora tenha trabalhado recentemente na mesma emissora que ele. Se não me engano meu comentário entrava antes ou durante o programa dele na manhã da BandNews até dezembro de 2018.

Eu não tenho o menor amor pela profissão que tenho, nem mesmo faço uso de grandes referências nela. Vocês já devem ter notado. Mas Boechat tinha uma coisa que eu sempre acreditei: ele não envergava.

Dizem que quem enverga não quebra. Mas envergar demais entorta. Boechat tinha a fórmula dos “mitos” no DNA.  E essa fórmula é simples de ser notada quando você para pra observar quem passou pelos processos que levam alguém a isso.

Surgimento, fama, crítica, tentativa de desmerecimento, aceitação e, enfim, referência.

Posso ser mais prático e popular: o Renato Gaúcho é o Renato há 40 anos.  Não mudou nada do que ele é ou pensa porque você não gostou ou tentou ridicularizar. Seguiu coerentemente sendo aquilo e mantendo sua linha. Resultado: Goste ou não daquela linha, você o respeita.

Levou 40 anos? Levou. Mas não é mais uma história destrutível. Então você para de tentar jogar pedras porque sabe que não vai cair.

Quem vai conforme o vento não vai pra lugar nenhum. Quem se banca aguenta todas as pancadas de todos os lados e segue firme um dia terá o respeito de todos eles.

Boechat não pensa como eu, provavelmente amava a profissão que eu pouco me importo e portanto talvez nunca fossemos amigos. Mas esse cara conseguiu dar opinião política, esportiva, social e sobre quase tudo ainda que gerando discordância e polêmica o tempo todo, saiu aplaudido por todos os lados.

Referência não é aquele que todo mundo gosta. É aquele que todo mundo respeita.

Vai em paz, “colega”.

RicaPerrone

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