A receita do sonhado título
Eu não sei se chega a ser planejado, mas se for, parabéns a quem planejou. O Corinthians 2012 entra na Libertadores de uma forma muito mais competitiva do que em outros anos. Talvez por medo de outro oba-oba infeliz, talvez por ter aprendido, talvez pela sorte de ter, hoje, concorrentes muito mais chamativos à mídia do que ele.
É claro e natural que hoje, talvez pela primeira vez nos últimos 100 anos, o Corinthians jogue uma Libertadores sendo o menos badalado e comentado time brasileiro nela.
Flu e Inter tem mais time, todos esperam deles o show. O Santos tem Neymar e é o atual campeão, enquanto o Flamengo e o Vasco atraem a mídia com crises e atrasos de salário.
No Corinthians? Nada demais. Treino, vitórias comuns no estadual, Adriano longe da mídia enquanto gordo, tudo feito, talvez, para deixar o clube em paz.
Não vejo, e moro em São Paulo, nenhuma euforia daquelas: “Esse ano tem que ganhar!”, “É agora ou nunca!”, “Com esse time não tem pra ninguem”, entre outras coisas que viravam assunto na cidade toda no mesmo minuto que o Corinthians entrava na Libertadores.
Desta vez, não.
O time tem uma dose de mediocridade em algumas posições que pode fazer bem. Jogador médio corre pra cacete quando sabe que está tendo que se nivelar a outros grandes. Jogador comum não tenta ser craque quando tem ao lado um craque de fato.
No Corinthians 2012 existe apenas um craque, e ele nem está jogando. Mas se jogar, muda partidas sozinho.
O que tem de relevante é um conjunto, um time formado, um banco, uma torcida que não vai cobrar mas sim ajudar e um clima de paz jamais visto para o Corinthians numa Libertadores.
Talvez seja este o segredo, talvez não.
Exitem times melhores, mas no Brasileirão também havia.
A receita tem se mostrado bem simples. Trabalho, pouco problema, nada de oba-oba, um time cheio de bons jogadores e um ou dois pra resolver quando apertar.
Lá está.
Na pressão, na euforia e na mania de fazer “projeto Libertadores”, o Corinthians nunca conseguiu.
Quem sabe na calmaria, na falta de pressão e na simples teoria de ter um time competitivo e não um “time pra buscar a Libertadores”, a coisa não funciona?
Algo me diz que será uma Libertadores diferente pro Timão.
E tudo que o corintiano quer é uma Libertadores “diferente” das anteriores….
abs,
RicaPerrone