Resolvam!
Lá, 1×0. Pouca coisa deu certo, mas não dá pra dizer que muito deu errado. Conservador, o Fogão foi a campo pra não sofrer gols. Sofreu, tinha um centroavante fixo na frente e que não dava um passo pros lados. Ficou fácil, previsível.
Marcar o Botafogo de 3 volantes e um centroavante imóvel é tarefa das mais simples quando não se busca um gol. O Deportivo já o tinha, não precisava de mais do que isso pra repetir a dose fora de casa em busca de uma bola.
Aqui, com Elias, Henrique ou seja lá quem for, o jeito de jogar vai ter que ser outro. No mínimo com mais volume na frente da área, já que esperar os volantes do Bota chegarem dava também aos zagueiros a chance de chegar.
Mas tem uma novidade aí.
Este campeonato, que sei ser desconhecido da maior parte da torcida do Bota pela ausência de quase duas décadas, não se ganha exatamente jogando futebol.
É uma mistura de grito, pressão, força, vontade e, também, algum futebol.
O Deportivo deu ao Botafogo um estádio meio vazio, sem grande pressão e saiu de lá com um magro 1×0, que não o coloca como favorito de nada na volta.
Aqui, onde os equatorianos estarão realizando um sonho ao pisar no Maracanã, ele não pode ter muito amarelo e azul.
Não vou repetir, a discussão é chata. A questão agora não é se você acha que o Botafogo “merece ” ou não sua presença. A questão é que neste torneio ou você joga junto ou o time entra com um a menos.
Jamais um time ganhou a Libertadores com estádio vazio. Sequer “meio cheio”.
Neste torneio não tem “eles”. O tempo todo, do primeiro ao último jogo, é “nós” que se fala. Nós ganhamos, nós empatamos, nós perdemos.
Nós marcamos. Nós pressionamos. Nós resolvemos.
E agora é sua vez. 17 anos depois, você está escalado para jogar com o Botafogo um torneio que você não sabe jogar. Mas vai aprender. Na marra, mas vai.
Façam barulho, muito barulho. Esbanjem fé. Jamais demonstrem o pânico interior e deixem claro para os dois times que o jogo é “aqui”. Na Libertadores um termo assusta mais do que qualquer centroavante: “Lá”.
E pra eles, o jogo é “lá”. Lá no Maracanã. Lá no Brasil. Lá na casa do Botafogo.
Ou, “aqui”. Onde na próxima quarta-feira vai ficar muito claro se há um mandante ou um inquilino.
Não assistam. Resolvam o jogo com eles.
abs,
RicaPerrone