A idéia foi ótima, a escola escolhida nem tanto. O Santos procurou a Mangueira para oferecer um valor (cerca de 4 milhoes) e ter seu centenário como tema da escola em 2012. Foi ouvido, discutido e recusado.
Algumas pessoas ligadas a escolas do Rio tentaram levar o enredo para outras escolas grandes, mas todas elas recusaram. Conhecendo como conheço os dois mundos, a melhor decisão foi tomada.
O Santos não é enredo pra escola de samba, muito menos no Rio de Janeiro. A mais popular das escolas, e mais carioca delas, não poderia vir falando de um clube do litoral paulista. O enredo seria pobre, fácil, vazio.
Assim como Flamengo e Vasco, escolas da cidade, foram péssimos enredos para Estácio e Tijuca, respectivamente.
Porque não tem história? Claro que tem. Não é nada disso. A questão é outra.
Imagine você 8 carros alegoricos sobre o Santos.
Imaginou? Não. Porque não tem como. Um clube de futebol oferece um estádio, títulos, ídolos e uma cidade sede. Você não tem o que dizer além disso. São, por exemplo, 30 alas. O que você coloca nelas? Uma pra cada ex jogador? É tosco, pobre demais.
Um clube dificilmente voltará a ser enredo no Rio depois de Flamengo e Vasco terem comprovado não ser um enredo farto. O Santos, paulista, de menor torcida entre as 4 de SP então, menos ainda.
A recusa foi imediata e interessante. Pois veio com uma pergunta que ofendeu alguns dirigentes do Peixe, mas… que cabia.
“Não pode ser sobre o Pelé?”.
Na avaliação de alguns membros de algumas escolas grandes o Rei do Futebol teria mais enredo e apelo do que o Peixe, o que não é nennhuma mentira. Assim como Roberto Carlos, que também gerou dificuldades a Beija-Flor para completar seus 8 carros, tanto que vendeu um navio pra colocar lá, Pelé seria uma homenagem internacional e não regional.
O Santos não se propôs a ajudar com isso. Nem se colocou contra.
O que ele queria era ser enredo de escola grande em 2012. Não será.
Pra sorte das escolas, que não aceitaram a grana e a proposta, e do Santos, que não será rebaixado no segundo mes do seu centenário.
abs,
RicaPerrone