Segunda-feira, o dia do Fla-Flu
Com que meias palavras é possível comentar um jogo onde o protagonista não foi o placar? Como exaltar a grande vitória do Flamengo sem passar pelas determinantes decisões equivocadas da arbitragem que, sim, mudaram o jogo.
O Flamengo tinha uma jogada de contra-ataque em mente e nada mais. O time estava formado e postado pensando apenas em retomar uma bola e esticar nas laterais para chegar ao gol. O Fluminense, obrigado a ir pra cima, não conseguia criar e toda vez que ia tomava um susto no contra-ataque.
O jogo que o Fluminense pediu a Deus tinha o primeiro gol a seu favor, já que o Flamengo teria que agredir contra uma defesa postada e não está armado pra isso. O do Flamengo, que já era bom pela obrigação do Flu, se torna ainda mais convidativo com o golaço de Jonas.
O cenário de um grande clássico, já bastante inclinado para dar Flamengo, clareia. O que não dá pra ignorar a mudança brusca e quase irreversível de direção quando o arbitro expulsa o Fred.
Foi falta. Não há o que discutir, tentar rubro-negrizar a interpretação do lance. Fred é tocado, o Flu teria uma grande chance de gol e ao invés disso tem seu melhor jogador expulso, precisando virar, e com o adversário armado pra contra-atacar.
Acabou. Todo o grande jogo que se desenhou foi rasgado e transformado num convite a goleada.
Enquanto o Mengão fazia 2×0 e esperava o final do jogo, o Fluminense acordou e teve lampejos de quem ia buscar. Sua torcida conseguiu, mesmo com uma presença pífia, calar o Maracanã por alguns minutos e empurrar o time para o impossível.
Impossível. Num contra-ataque o Flamengo ainda fez o terceiro, o que era bem imaginável pela formação suicida do Flu naquele momento.
Um 3×0 que dá ao time mais bem armado uma vitória justa. Com 1×0 já havia considerável favoritismo ao Flamengo até os 29 minutos. Com 31, virou “covardia”.
“Ah, mas a Ferj mandou expulsar…”. Não, sinceramente, não. O árbitro usou o mesmo critério pro Gabriel minutos antes, e se entendeu que o Fred se jogou, foi coerente ao expulsar. O erro foi avaliar que não foi falta. Não o vermelho. Que por consequência, se tornou um erro também.
Um Fla Flu cheio de segunda-feira. Uma vitória cheia de “motivos”, uma derrota cheia de “poréns”.
E o Fla-Flu termina segunda-feira, nas mesas de bar tentando ver qual argumento é mais forte para confirmar a vitória ou contestá-la.
Não há Fla-Flu em vão.
abs,
RicaPerrone