Sem comparação
O Galo não tem o melhor time do mundo, mas tem um time capaz de competir. Acima até mesmo do que eu imaginava em maio, quando a bola rolou pela primeira vez no Brasileirão.
O Flamengo tem um time mediocre e que mesmo se reforçando segue com seu maior problema: Ninguém pensa.
Vamos começar a avaliar o jogo de hoje pelo gráfico abaixo. Ele mostra o posicionamento médio do time do Flamengo no primeiro tempo. Ou seja, a formação original.
Um bocadinho pra lá, pra cá, você enxerga ali o Sheik mais perto da área, um Everton aberto na esquerda, o Gabriel na direita, Eduardo no meio e quem arma? Os volantes.
Isso não costuma dar certo quando Marcio Araujo é seu volante. Eles podem apoiar a criação, não ser os criadores.
Aí você cai numa questão óbvia. Se pelo meio não chega, o que o Flamengo vai fazer? Abrir o jogo e tentar enfiar a bola diretamente num dos jogadores abertos pra cruzar.
O que acontece? Esse painel do lado com os passes errados do Flamengo. Olha a distância dos passes. Quase sempre tentando achar uma bola que resolva sem trabalhar a jogada.
Olha a quantidade de bolas que o Luiz Antonio (que nao é lateral) e o Wallace enfiam diretamente pro Gabriel. Talvez o Gérson em 1970 pudesse ser este cara. Talvez.
Mas aí vamos pro outro lado. Uma linha de 4, um volante que não sai dali, e liberdade pro resto do time ir e voltar.
O Patric ta mais adiantado no gráfico de posicionamento médio, mas eles faz parte da linha defensiva. Na frente você tem corredor, driblador, passador, prendedor de bola e um centroavante.
Não é um timaço de sonhos, mas é um time que sabe o que vai fazer e quais são as possibilidades que tem. Você marca quem? As alas? O meio com Dátolo? A entrada do Thiago? É dificil.
É um time. Sem entrar no mérito individual, o Atlético MG tem um time postado em campo com funções claras e definidas. O Flamengo não tem.
Porque o Luiz não é lateral direito, e o Pará não é esquerdo. Pra ajeitar um lado você improvisou 2.
A vitória do Galo hoje diz muito mais do que um sonoro 2×0 em pleno Maracanã. Mostra o quanto o Flamengo é óbvio, previsível e portanto, “marcavel”.
abs,
RicaPerrone