“Sem freio”. Esta é a melhor definição do Flamengo para 2011.
O time que ainda busca um equilibrio tático, que ainda não conseguiu desenhar uma equipe com 11 titulares absolutos e incontestáveis, bate recorde. 21 jogos invictos, técnico contestado, torcida eufórica e ainda uma questão: “O Flamengo convence?”.
Coisas de um time que multiplica tudo por 10.
Sua sequencia sem perder é fantástica como número, não tão consistente se considerarmos os adversários. Mas é o Flamengo, e portanto, será multiplicado por 10 o lado bom deste recorde, como seria desprezado se hoje a bola não tivesse entrado.
Como entrou, é “sem freio”. Se não entra, “também… invicto contra quem? Hunpf…”.
Mas entrou. Duas vezes, em lances isolados de uma partida tecnicamente ruim dos dois times. Menos ruim do Flamengo, que tem mais técnica que o Fogão. E então, sem freio, atropelou mais um na base dos lances individuais.
Individualidade tão forte que freia o adversário. Como bem disse Luxemburgo essa semana, ele não tira os craques do jogo. Se tirar, o rival vem pra cima. Enquanto não tira, eles se recolhem.
O Flamengo de nomes importantes não tem freio, mas freia o inimigo. É psicológico.
Eu vou pra cima do Alvin, talvez do Wellington. Mas e se eu deixar o Ronaldinho e o Thiago aqui atrás? Não dá. Freia!
O Botafogo não tem nenhuma jogada além de pegar a bola e jogar pro ótimo Loco Abreu. Previsível, fácil de anular. E anularam.
O Flamengo não tem jogada característica nenhuma. São 3 jogadores no meio que “ganham” a bola o tempo todo e soltam pra 3 caras na frente resolverem na técnica. Eu não acho bonito ainda, nem o Wanderley. Ele sabe, tenha certeza.
Mas está funcionando.
Dirão: “É estadual! Tá invicto contra quem?”. Ok, mas e os outros? Estão jogando Copa do Mundo por acaso? Se só o Flamengo tem 21 jogos sem perder algum mérito deve ter.
Não me convence ainda como formação tática. Não me convencem os 11 titulares. Acho que faltam peças, acho que algumas posições vão mudar durante o ano. E acho ainda, como muitos, que não está no ponto que gostariam.
Mas é incornetável tal resultado.
No estadual sem graça, contra um Botafogo sem jogadas, um Mengão ainda sem padrão, sem volume, sem presença de área, mas, sobretudo, sem freio.
abs,
RicaPerrone