Em 1979 o Inter ganhava o Brasileirão e comemorava sua grande fase. Era tricampeão, ganhava diversos estaduais e já fazia boas campanhas em outros torneios. Desde então passou um longo periodo de “vacas magras”, onde ganhou uma Copa do Brasil e só estaduais.
Em 2002, quase caiu no Brasileirão. E ali, quase rebaixado, resolveu que seria um dos grandes a responder os mais afoitos: “Não, eu não morri. Só estava dormindo”.
O clube cresce, o time fica forte, vem a Libertadores, o Mundial, as belas campanhas em brasileiros e os títulos internacionais. O “vice” do Brasileirão não se contenta, aguenta a gozação de perder no fim, mas entende, cerebralmente, que faltam detalhes, apenas detalhes.
E insiste em seu projeto.
Hoje, em 18 de agosto de 2010, o Inter é, de novo, o time mais importante das Américas. Venceu e venceu bonito, sem dar margem a nenhum tipo de chororô.
Com ele levou a credibilidade do torneio, que quase conseguiu ser motivo de piada não premiando o campeão. Mas, assim como no México, o Inter deixou claro ao Chivas: “Aqui o gigante sou eu”.
Jogou as duas partidas sem dar pontapés, porque Libertadores se ganha jogando bola e não fazendo guerra, ao contrário do que muitos acham.
O Chivas, mediocre, veio ao Beira-Rio “brigar” pelo título. Não agrediu, ficou na defesa esperando o gol achado e, assim como no jogo de ida, achou. Mas, em 2010 o cara lá em cima parece ter ficado de saco cheio do futebol feio e covarde. Premiou, de novo, o melhor time.
Aquele que mudou o técnico mesmo vencendo, porque não avaliou trabalho por resultados. Aquele que achou que precisaria da janela pra ser campeão e no final das contas mais se prejudicou com os contratados do que se beneficiou.
Aquele que planejou, que respeitou os rivais, que meteu a cara e a coragem sem abrir mão de jogar futebol.
Sentiu medo, como todos sentiriam ao ver 1×0 no placar. Aqui e lá.
Mas foi grande e reverteu, como poucos reverteriam. Aqui e lá.
O Inter é um exemplo prático e indiscutivel de que gigantes não morrem, no máximo tiram um cochilo.
Basta uma fase, um time, um projeto bem feito e ele volta ao seu lugar. Nunca duvide de um dos 12 gigantes do nosso futebol.
Em especial o Inter, que em 1987 tinha tudo pra passar por cima da ética, ir jogar com o Sport e ficar com o titulo. Mas não, foi honrado, bancou o que assinou e não foi. Perdeu a final e agiu de forma honesta, não fazendo uso de regulamento pra sair por cima.
Inter de Celso Roth, que foi o oposto do seu rótulo agredindo os rivais até o fim.
Inter de Giuliano, garoto sem grife que deu o mais importante titulo do ano ao seu clube, e que sequer é citado pela mídia nacional.
Inter de uma nação belíssima, que faz do Beira-Rio um inferno vermelho quando preciso.
Inter gigante, como sempre foi, sempre será.
Legítimo campeão da América, legítimo representante no mundial.
Daquele que marca no finalzinho na argentina, daquele que pára o poderoso São Paulo, daquele que ganha as duas partidas da final e que não faz uso de violência e o “moderno” joguinho covarde do gol achado.
Parabéns torcida colorada. Vocês merecem pois, como sempre, foram gigantes.
abs,
RicaPerrone