Em 2008 Valdívia marca o segundo gol do Palmeiras sobre o São Paulo e elimina o tricolor. Na comemoração, muda de direção e passa na frente do Rogério para mandá-lo calar a boca com um gesto.
Rogério não gosta. No meio de um empurra-empurra, dá um “tapa” no rosto do chileno.
Dois dias de discussão na tv para tentarmos achar um vilão e um mocinho, ou, no máximo, dois vilões. Valdívia é um tremendo folgado, Ceni um puta cara cheio de si. O encontro dessas duas personalidades não daria certo no Big Brother, num emprego, nem num campo de jogo.
É do jogo. Basta ter jogado pra saber.
Você tem todo o direito de ser marrento e provocar, desde que saiba o que isso vai gerar. Hipocrisia condenar o Ceni por se irritar com Valdívia. Quem não se irritaria?
E o chileno, por sua vez, faz isso contra o SPFC e contra o Itaperuna. É dele, e apanha o suficiente por isso.
O gesto de Valdívia alimenta o futebol. Se eu fosse o Rogério, teria enfiado o pé nele, exatamente como tentou fazer. Mas também, se eu fosse o Valdívia, talvez fizesse questão de passar de novo na frente do Rogério comemorando a vitória.
O problema é que estamos sempre dispostos a nos colocar apenas em um dos lados. E dependendo do que for, achará um vilão e um mocinho.
“Ah mas o Valdívia não fez nada!”.
Fez, claro que fez. E dai?! Qual problema se ele é provocador desde que aguente as consequências?
Não vejo mal nenhum numa dancinha que menospreze o adversário. Desde que o dançarino apanhe sem se fazer de vítima.
Ação, reação. Futebol.
Só isso.
As “lindas cotoveladas de Pelé” são hoje os detestáveis “jogadas de mau caráter”.
É a nova geração. Aquela onde o Merthiolate não arde…
abs,
RicaPerrone