Tem que respeitar
São apostas, o passado recente não indica um final feliz, mas também não crava um fracasso. O Cruzeiro de 2012 era triste, retranqueiro, irregular e sem perspectiva.
Dos problemas citados, o pior é a falta de perspectiva. Futebol tolera derrotas, fracassos, quedas de divisão e crise financeira. Não suporta, porém, o marasmo de não poder sonhar com nada melhor pela frente.
Se em baixa, vive de sonhar com a retomada. Se em alta, em mantê-la. Mas sempre movido a perspectiva do que vem pela frente. O Cruzeiro de 2013, montado até aqui, é tão improvável que se torna interessante.
Ninguém vai dizer que Diego Souza, Dagoberto, Henrique, Tinga, Borges, Léo, Paulão e até o Fábio não sabem jogar bola. Mas qualquer um dirá que dúvida que eles todos joguem o que sabem.
Com razão, afinal, são vários vaga-lumes no mesmo time. Pra todos brilharem ao mesmo tempo só um treinador daqueles que praticam hipnose no elenco. E esse cara pode ser o Marcelo, que nunca foi devidamente testado num time grande, portanto, é também um ponto de interrogação.
Melhor a interrogação do que a exclamação do fracasso.
E o cruzeirense vai passar as próximas semanas, talvez meses, pensando todo santo dia: “Já pensou se…. “, e imaginar cada um deles jogando seu melhor.
De fato, Paulão e Léo já foram ídolos no Grêmio. Fábio é ídolo de meia torcida do Cruzeiro, assim como Tinga, Henrique, Diego Souza, Borges e Dagoberto podem jogar acima da média.
No papel já é um time muito melhor do que o de 2012. Se não pelos nomes galáticos que esperavam ter, pela expectativa de algo em torno de jogadores que precisam retomar sua melhor fase.
Não é um time brilhante, nem regular. Não cravaria sequer entre os 5 do Brasileirão neste começo de temporada. Mas é um time “com fome”.
Uma vez um dirigente que depois virou bobo da corte me disse que um time campeão era feito com jogadores buscando algo, não com os que já tem.
Estes, em sua maioria, precisam buscar algo.
E o Cruzeiro, que sempre precisou pela camisa que carrega, precisa de caras novas.
Lá estão. E se não funcionar no campo, ao menos terá gerado a perspectiva de um ano melhor.
abs,
RicaPerrone