Um Flamengo do Flamengo
É quarta-feira, 19 horas e o Rio de Janeiro está parado. Quanto mais me aproximo do Maracanã, mais nervoso fica o trânsito. Eles querem chegar, se atropelam, empurram, correm, é hora de Flamengo.
Eu chego em cima do jogo. Quando encontro o dono do ingresso que usarei pra entrar, a bola já rolava. Subimos as ladeiras intermináveis do Maracanã conversando e ouvindo as primeiras reações da torcida rubro-negra.
Logo quando chegamos no final da rampa, um “gol”. Um grito longo acompanhado de festa e música. No mínimo, pênalti.
Porra nenhuma. Era Paulo Victor tirando um gol certo de Nilmar. E neste ambiente entramos para ver mais uma apresentação de um novo Flamengo. Um time que não encontra referência, que é celebrado a cada atitude, e que joga acolhido por uma gente disposta e perdoar qualquer passe errado, desde que haja um pique para retomar a bola em seguida.
Essa mesma torcida vibra com os cortes de Samir, com arrancadas de Léo Moura e com carrinhos sem nenhuma classe de Márcio Araújo.
Se não prestar atenção vai se assustar com uma reação coletiva de festa numa bola qualquer perdida na intermediária. Não é gol, é um carrinho. E que carrinho!
Gabriel é a cereja de um bolo muito bem recheado. De um Maracanã que se tornou evento, que conta com aquele povo desde o primeiro minuto e conseguiu fazer dele um jogador de linha fundamental.
Esse Flamengo não tem nada demais. Não bastasse o fato de ser Flamengo.
abs,
RicaPerrone