Vai em paz, amigo!
Cantor,
Eu perdi a chance de me despedir de você. E das poucas pessoas no mundo que eu faria questão, você é uma delas.
Na última noite antes de viajar eu fui ao bar do Zeca pra te ver porque me falaram que você não demoraria a partir.
Você não se sentiu bem e não foi. Eu viajei sabendo que provavelmente não voltaria a te ver e por isso fiquei trocando mensagens de WhatsApp contigo, pra tentar de alguma forma te dizer o que eu queria antes de você descansar.
Disse que você é meu ídolo, que ser seu amigo era um privilegio, que você era o sorriso mais lindo do Brasil mesmo quando os dentes não ajudavam. Aliás, acho que ainda prefiro aquele sorriso do que o novo, sabia?
Porra, irmão. Você não tem idéia do que foram os últimos meses “pelas suas costas”. Não queríamos que você ouvisse, mas eu adoraria que você soubesse. Todos preocupados, rezando a sua maneira e se telefonando pra saber de ti.
Ontem falei com Dudu. Ele foi te ver, né? Nem sei se você sabe, mas ele me confortou de alguma forma ao dizer que você estava sofrendo. Porque de tudo que eu te desejo, por mais que sua presença seja fundamental pra nós, sofrer você não pode.
Você foi o sorriso mais fácil que eu conheci. O vírus mais contagiante de alegria que já vi num ambiente. Meu aniversário de 40 anos você que cantou parabéns. Foi o melhor que já tive e não há nenhuma chance de outro ser mais especial.
E agora tá um silêncio, irmão… tão triste, tão vazio, tão sem sentido. Parece que ninguém mais vai sacanear o cabelo do Claumirzinho e nem falar pro André que ele é mau humorado só pra deixa-lo de mau humor.
Quem vai me chamar de “Rica Perone” com um “r” só?
Não fizeram dois Andersons, cara. De modo que sem você vai ser bem difícil.
Mas vai. Se é pra ir, vai. A gente aguenta, se vira, se reune, chora e depois morre de rir contando suas histórias. Vira lenda, cantor.
O Brasil chora pelo cantor que se vai, o artista, o personagem. Nos choramos pelo insubstituível Anderson que conhecemos. O amigo. O rei da resenha. O único cantor que conheci que era pago pra fazer 2 horas de show e quando chegava a 4 o dono da casa tinha que pedir pra ele parar porque ele estava se divertindo e não trabalhando.
Eu fui seu fã, sou seu fã e eu amei ser seu amigo.
Vai em paz, irmão. Obrigado, obrigado e obrigado!
RicaPerrone