Muitas vezes nos deparamos com uma vitória simples que se torna dramática em virtude da covardia que acompanha o medo de perder. No futebol atual, onde é mais importante o emprego do que o ideal, os treinadores pouco arriscam e seguem uma cartilha bem cansativa.
Hoje, no Morumbi, Ney Franco mudou o jogo, a cara do time, o placar e talvez alguns conceitos.
1×0, jogo duro, Botafogo começando a engrossar, São Paulo vivendo de lançamentos longos e o gol podia sair pra qualquer lado. 95% dos treinadores manteria tudo como estava, até porque é bem mais possível Luis Fabiano e Lucas resolverem num contra-ataque do que o Elkeson de costas pro gol.
Sobe a placa e o Tricolor troca um volante, ganhando o jogo, por outro atacante.
Aquele momento que você torce pra funcionar, por conceito. Mas morre de medo de dar errado, por um pingo de razão no discurso de amanhã.
Funcionou. A ousadia venceu o medo.
Num raro surto ofensivo de quem nem precisava agredir, o Tricolor goleou um jogo que caminhava para uma apertada vitória sem sabor.
Agora temperada, deliciosa. Salgada pro Fogão, que novamente viu seu time entrar em campo com uma formação que impossibilta o gol.
No dia que Ney Franco fez sua primeira grande participação numa partida pelo SPFC, o Botafogo deve se despedir do treinador.
Ou despedi-lo, tanto faz.
Oswaldo é da linhagem de líderes que falam baixo. Impossível!
Oswaldo sempre falou, nunca disse a que veio.
Ney também fala baixo, e pouco. Mas hoje disse alguma coisa.
abs,
RicaPerrone