Era uma vez um time feliz. Cobrado, como sempre foi, era questionado todo santo dia, mesmo vencendo tudo que viesse pela frente. Forte, imponente, de camisa forte, técnico indiscutível e elenco menos discutível ainda, o tal de Flamengo fez “só” 8 meses tendo perdido uma só partida.
Liderava o Brasileirão ao lado do Corinthians e era o favorito ao título por motivos óbvios. Luxemburgo, técnico do time que não perdia, era o “melhor do Brasil” em 2011. Até que um dia…
Mais precisamente no dia 6/8, contra o Coritiba, em casa, o Flamengo vence jogando muito mal. Era físico, dizia o elenco. A maratona estava pesada, o time estava perdoado.
Daquele dia em diante, mesmo ainda sem entrar na sequência de derrotas, o time deu uma caída de rendimento normal em 38 rodadas. Sempre há um período de instabilidade, afinal, é muito jogo, motivação igual, contusões, desgaste de relacionamento, físico, etc. Uma hora dá uma complicada.
E ali, quando empata fora com o Figueira, ninguém nota nada de incomum. Só nota quando, em casa, toma uma goleada do Atlético GO.
Deixa eu explicar, talvez você não tenha entendido bem. Em casa, o invicto, o poderoso, o melhor elenco, o melhor técnico, a maior torcida…. Goleados pelo Atlético GO.
Empatam com Inter e Vasco, jogando mal. E o Flamengo que alternava bons e maus momentos começa a repetir apenas as más atuações. Somada a uma derrota absolutamente inexplicável.
E aí vem: Avaí, Bahia e Atlético PR. Três derrotas que não dá pra engolir.
Você pode me convencer que o técnico errou um dia e por isso o time empatou com o Avaí. Pode me convencer que o elenco é ruim e por isso não venceu o Palmeiras.
Pode até insinuar que uma sequência de 2 jogos ruins seja fruto de uma nova formação tática.
Mas você não vai me convencer que o que faz do Flamengo um time que hoje perde em casa pra times que ele bateria com 9 em campo até 2 meses atrás seja alguma alteração tática ou desequilíbrio técnico.
Não tem nenhum argumento aceitável pra entender, numa mesma teoria, que Thiago, Leo Moura, Botinelli, Deivid, Wellinton, Airton e Angelim simplesmente parem de jogar.
E você pode dizer, então, que o time faz um complô pra derrubar o técnico. Algo meio estranho quando o capitão do time anda se matando em campo de tanto correr.
Tática se discute quando um jogo é resolvido nos detalhes. A parte técnica idem.
Você não tem o que discutir quando assiste o melhor elenco do país (ou talvez um dos melhores) perder em casa pra times mediocres e sem a menor condição técnica e tática de conseguir isso.
São derrotas que não cabem explicação em campo.
Pode ser que o melhor pro time, hoje, seja trocar o técnico e com isso vir uma nova era? Pode, claro que pode.
Mas não me digam que o que está havendo é responsabilidade tática, técnica ou questão de posicionamento, capacidade de marcação, finalização, etc.
Nego tá errando domínio de bola rasteira. Tem jogador que não acerta NADA do que tenta em 90 minutos. E pior: Seu reserva também não!
Quem vai a Gávea me diz que o clima é ótimo. E há quem diga que o clima é “bom até demais”.
Não tem a ver com futebol.
Tem a ver com Papai Noel.
Você acredita nele?
Sim? Então é isso. O Flamengo só está mal porque tem X volantes, porque não joga pelo lado tal, porque não troca beltrano por fulano, etc…
Se não, você sabe tanto quanto eu que não é isso.
O que é, não sei.
Mas não é futebol.
Hoje deu certo, na base do abafa, da raça, do “Deus me livre”.
Agora vai? Sei lá. Porque não?
Você sabe que a quase todos a pergunta é: “Você acredita?”.
Mas pro Flamengo a pergunta é outra….
“Você dúvida?”.
Eu não.
abs,
RicaPerrone