Vocês não ententederam nada
Era quarta-feira e todo mundo vibrava em frente a TV com a possível reação do SPFC em Minas. Em seguida os pênaltis de Inter x Corinthians, eternizando uma noite qualquer.
Vem o sábado e a Allianz Arena cheia a espera de um milagre. Não veio, mas houve drama, nervosismo, momentos para se guardar. No Rio o Fluminense dava uma paulada no Vasco e metia sua auto estima lá no alto, com direito a gol eterno de chapéu e letra no mesmo lance.
Vem domingo, Real e Barcelona ficam pra escanteio enquanto O Flamengo despacha o Botafogo com empurra-empurra, gol no final, doses de emoção.
Em São Paulo, decisão à paulistana. Tensa, provocativa, com alguns pontapés e olé de quem vencia. “E-limina-dos!” ao final, cartão vermelho, gol polêmico, jogo para continuar na segunda-feira no santo boteco que ainda resiste ao tempo.
E aí corremos pro Sul! Caxias 1×0, Inter com um expulso, penalti perdido durante os 90, goleiro moleque, estreante. Dalessandro faz, provoca, é “treta”. Nego expulso, voltam os penaltis, o guri se consagra na estréia.
Inter na final. E ainda nem começou o Grêmio.
Aí eu realmente fico me perguntando o que entendeu sobre o futebol o sujeito que prefere um campeonato de final homeopático, sem data, sem hora e local. Qual sentido disso tudo se for em busca de doses ponderadas de justiça, se é que ainda consegue-se enxerga-la num sistema onde os jogos decisivos são de pesos diferentes para os dois times.
Todo campeonato de futebol PRECISA terminar com uma decisão. E todo torneio que não terminar dessa forma, passou perto, imitou bem, mas não chegou a ser futebol em seu estado puro e fiél.
Essas redes que a bola bate e volta são como os campeonatos que terminam sem herói, gol do título ou final. Entrou, é gol, mas … não estufamos nem o peito e nem a rede o quanto poderíamos.
Discutir a final é discutir o entendimento básico de pra que serve o futebol. É colocar um padrão de competição acima da pura simples função deste esporte que é lavar nossa alma aos domingos e quartas-feiras.
Morno, nem café. Imagine futebol.
abs,
RicaPerrone