Eu não consigo atrelar cabelos e selfies a desempenho. Fosse assim, Cristiano Ronaldo, o mais “gazela” de todos, não seria o exemplo de profissionalismo que é.
O jogador moderno se depila porque o homem moderno o faz. Não porque jogam bola. Tiram selfies porque nós tiramos, e fazem cabelinhos invocados porque nós também fazemos e existem 700 produtos que fazem até mesmo do mais puro bombril uma seda. E não, não estou sendo preconceituoso com o cabelo bombril, até porque tenho um. O ponto é que se fosse referência e preferência teriam 700 produtos fazendo o papel inverso, e não é o caso.
Brincam em redes sociais porque brincamos. E não, eles não tem “que tomar mais cuidado porque pode gerar…”…
Parem com essa idiotice de culpar o GTA por cada carro roubado que existir. Como diz um grande amigo meu, se influência virtual fosse tão determinante para a vida real, haveria muita gente atirando pássaros em porcos verdes.
Outro dia, mimimi porque Flamengo e Vasco se “zoaram” na rede social. Ok, “coisa de brasileiro vira-lata”, pensamos. Mas aí o Barcelona fica puto porque 2 dias depois de ser eliminado o Daniel Alves sorri para a vida.
Nas notícias sobre Neymar e seleção, num desses portais que já foi referência e hoje brinca de ser EgoSports, atrelava-se ao descomprometimento do Neymar ele estar 24h depois de um jogo numa festa. Caraca, o que há de mal num jogador ir para a balada 24h depois de um jogo?
Além dos lamentáveis e coordenados por jornalistas de má índole episódios da caipisaquê do Fred e uma provocação de uma organizada com um clube as vésperas de um clássico sugerido pelo próprio jornal que disse ter “chegado cedo e visto a surpresa”.
Aí Michel Bastos ficou chateado. Segundo ele, durante uma briga na Libertadores entre São Paulo x River, o chamaram de “negro”.
Uai, Michel? Tu é negro, irmão. Qual problema nisso?
“Ah mas o tom…”. Pô, calma lá. No meio de socos e pontapés de um SPFC x River Plate queremos determinar limites para ofensas entre os dois lados que trocam cotoveladas e cusparadas?
Eu cuspo, você me quebra uma perna, tudo bem. Se eu for racista com você, você magoa?
Por favor, vai. Não entrem no mimimi das “mimiminorias” virtuais que encontram em qualquer bosta um motivo pra sair de suas vidas mediocres em troca de parecer engajado num facebook qualquer. É pedir com alguma escrotidão para um ser humano sair na porrada com outro e dentro dessa briga de desequilibrados um par de regras sobre limites nas ofensas.
E pior: achar que “negro” é ofensa no meio disso tudo.
Eu apostaria meu braço esquerdo que Odvan foi chamado de macaco mais de 50 vezes na carreira e em todas elas ou sentou a perna no sujeito ou ofendeu de volta. E que em 90% dos casos quando o jogo acabou, isso nem foi lembrado.
Simplesmente porque o mundo era mais tolerante ao racismo? Não, porque tinhamos mais o que fazer do que reclamar em rede social e, portanto, as coisas tinham as dimensões que mereciam, não as que virtualmente conquistavam.
Racismo é crime. Dizer “eu te mato” no meio de uma briga não é uma ameaça de morte. Você não pode chegar no meio de uma briga onde cada um dos envolvidos já xingou o outro de “filho da puta”, “corno”, “gordo”, “viado”, “petista” e outros tantos e pinçar uma das ofensas pra transformar em crime.
Por favor, senhores. A vida um pouco mais como ela é. Não como ela deve parecer ser no instagram.
Acredite: você é bem mais tosco fazendo de cada um desses fatos uma novela virtual do que o David Luis quando toma uma caneta e posta foto de lingua de fora.
Recomendo esse trecho: https://youtu.be/T4VyyHOu8SQ?t=2m40s
abs,
RicaPerrone