Monumental
Juninho foi um covarde. Ao longo de sua carreira abusou de sua técnica para desequilibrar o mais popular esporte do mundo. Hoje, quando as chuteiras do Reizinho se penduram na eternidade, o futebol fica ainda mais nivelado.
Não farei deste post um relato de sua vida. É repetitivo, todos sabem o que fez, por onde fez, como fez.
O que não sabemos, ainda, é o que será do Vasco sem ele. Afinal, o sujeito ganhou 2 brasileiros, 1 libertadores, a mais impossível das finais (Mercosul) e esteve fora no exato período que o clube entrou numa grande crise.
Voltou, brilhou, disputou títulos, saiu. Quando voltou, não deu tempo de evitar a queda.
Há pelo menos 1 década qualquer sinal de melhora no Vasco está sempre atrelado ao boato de uma possível volta de Juninho. Não há discurso de Vasco forte com outro jogador naquela posição desde 2001.
Enquanto ganhava 7 campeonatos seguidos na França, colocando o Lyon no mapa, o Vasco entrava em queda livre. Respira em 2011 e mesmo campeão da Copa do Brasil briga até o fim pelo Brasileiro e faz uma belíssima Libertadores em 2012, com chances reais de conquista.
Sem Juninho, o Vasco se afunda novamente. E quando desesperado, o chama mais uma vez.
Juninho é música que relembra as glórias do passado e foi também prevendo melhoras no futuro. É o marco de um profissionalismo que o Vasco não tem, mas que o vascaíno sonha ter.
E o clube português que abriu a porta para os negros no futebol, faz de um brasileiro, herói na França, um rei do Rio pernambucano.
O vazio não está no setor direito do meio campo do Vasco, mas sim no imaginário vascaíno quando em desespero ou fantasiando um futuro glorioso.
Não é o fim de Juninho apenas. Com ele, some de campo aquele Vasco glorioso da década de 90, começo dos anos 2000.
Impossível não se lamentar diante dos fatos. Não dá mais. É claro que não dá.
Mas entre aplausos e lágrimas, saudades e gratidão, não há vascaíno indiferente. Juninho tanto fez que a ninguém “tanto faz”.
Boa sorte, Reizinho!
abs,
RicaPerrone
Charge de Lucas Guerra