Quando os dois times foram escalados pro jogo deste sábado ficou caracterizado que teríamos um duelo truncado no meio-campo. A diferença básica entre os dois times é que o Inter tinha três meias com condições técnicas de jogar lá na frente. O Flamengo , só um.
Assim, por 15 minutos o Colorado tocou a bola com qualidade na intermediária do Flamengo, que não sabia o que fazer com ela.
Até que, num lance discutível, o arbitro viu pênalti no Deivid. O próprio cobrou e fez, 1×0.
Mesmo com o placar a seu favor, o Flamengo não conseguiu sair pro jogo e mandar na partida. O Inter insistia em tocar a bola de um lado pra outro e sem “alvo”, já que o Alecsandro era a única referência de ataque.
Faltava, claramente, aquele jogador para rondar o centroavante. Poderia ser Edu, mas Roth optou por deixar Tinga, D´alessandro e Giuliano vindo de trás, sempre batendo de frente com os 3 volantes rubro-negros.
Até que, aos 38 do primeiro tempo, Renato marca um golaço de falta do meio da rua. E aí sim, finalmente, o jogo muda.
Confiante, o Flamengo passa a tocar a bola com mais calma e menos euforia. Até então, toda vez que podia enfiava a bola na frente pra ver se resolvia logo o jogo. Com ele “quase” resolvido, o Mengão percebeu que era mais inteligente buscar o terceiro gol tocando a bola do que dando bico pra frente.
O Inter, que até tomar 2×0 era melhor, aceitou a derrota de forma estranha. Deixou claro que seu foco já é o Mundial e que o Brasileirão, por mais que ainda haja possibilidade de título, se tornou uma sequência de treinamentos até dezembro.
As mudanças do Roth, aos 30 do segundo tempo, deixaram claro o quanto é mais relevante “testar” o sistema de jogo sem mexer no posicionamento pré-determinado. Dizem que haverá rodizio nos próximos jogos, o que é um atestado definitivo de abandono a disputa do título.
Na volta do intervalo o Flamengo levou 2 minutos para criar 2 chances de gol e matar o jogo. Deivid, de novo, agora de cabeça. 3×0 e fim de papo.
Aí sim, confiante, cheio de moral e com o jogo no bolso, o Flamengo passou a jogar um bom futebol.
Foram 45 minutos de boas jogadas, poucas ameaças coloradas e muito bom futebol de Diego Mauricio e Juan, que hoje deu opção no ataque sempre que teve oportunidade.
Vitória que não determina o “fim da irregularidade”, até pelo time não ter contado com Léo e Willians, titulares absolutos. Vitória que dá ao Flamengo uma condição curiosa. Ele deixa de brigar pra não cair para, enfim, não brigar por nada. O que era um drama se torna um enorme marasmo, já que o time entrou na zona morta do Brasileirão de pontos corridos.
Tem a Sulamericana, eu sei. Mas vamos combinar, ninguém dá “pulos” quando se classifica pra este torneio. É um prêmio de consolação dos mais interessantes, mas não deixa de ser “o que sobrou” e não uma “vaga conquistada”.
Números, estatísticas e dados interessantes.
abs,
RicaPerrone