Estão felizes os tricolores, com razão. O time voltou a jogar bem, pelo chão, com qualidade e venceu, mesmo com placar apertado, com razoável tranquilidade. O Cruzeiro, em dia pouco inspirado, foi refém de Montillo. Diria que se o Roger tivesse jogado os 90 minutos… o jogo seria outro.
Mas não jogou. E quem jogou os 90 foi Rivaldo, o novo salvador da pátria.
E aí eu gostaria de uma reflexão. Rivaldo foi bem?
Foi. Pegou na bola algumas vezes, não erra muitos passes e com a ótima movimentação de Marlos e Dagoberto conseguia dar algum ritmo ao jogo.
Hoje, exatamente neste momento, ele virou Deus pra muitos tricolores afoitos que achavam que todos os problemas do São Paulo se resumiam a escalar ou não o Rivaldo.
Como eu disse outro dia, independente de escala-lo ou não, sua postura no clube foi covarde e péssima para o grupo até aqui.
Hoje, entrou. Deu passes para os 2 gols, sendo que ambos os lances não foram necessários nenhum dom divino. Apenas ser o “único meia” pra estar ali e dar os passes.
Jogou mal? Não. Jogou até bem.
Mas não resolveu o jogo, não foi sua presença que fez o time vencer, sequer sua postura tática mudou alguma coisa.
O que mudou, e que era pra ser notado, foi a postura dos outros 10.
E isso muito me chateia.
Pois a insatisfação com um técnico não pode refletir na dedicação de ninguém. Hoje o São Paulo teve em campo jogadores comprometidos, preocupadíssimos com o resultado e sabendo que, sem o chefe pra levar tudo sozinho, se perde a bomba cai nas costas deles.
E talvez seja esta inversão de valores que o futebol esteja precisando. Mais em cima deles, menos em cima do cara ali do lado do banco.
Rivaldo não foi a estrela da vitória de hoje. A vontade do time foi.
E isso é tão relevante, determinante quanto, de alguma forma, esclarecedor.
Mas que fique no colo do Rivaldo. É preferível ver as glórias nos pés de um jogador do que na saída de um técnico.
Se é que me entendem.
Feliz São Paulo novo! Até que eles cansem do novo técnico…
abs,
RicaPerrone