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Carnaval

Critério é não tê-lo

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Ao contrário do futebol, onde acho que os arbitros são mesmo ruins, no carnaval acho que eles são tendenciosos. Você pode passear pela Sapucai no fim de um desfile e perguntar, talvez com o critério de que o entrevistado tenha, no mínimo, 10 anos de carnaval ao vivo.  Eles dirão a você que São Clemente e Mocidade fizeram algo “muito legal” em 2012.

Não te dirão nada sobre a Grande Rio, pois ela não fez nada especial este ano.  Dirão que as 6 primeiras eram previsíveis pelo histórico e pela grife, contestarão uma nota aqui, outra ali, mas nada será tão absurdo quanto o que foi feito com a São Clemente.

Você nem precisa ir longe pra questionar as notas de forma simples.

Nao vou entrar nos mais subjetivos, seria sacanagem. Vou direto ao ponto mais claro e básico do desfile.

– No quesito evolução a Imperatriz, que trocou carros de ordem e PAROU na avenida por quase 10 minutos em virtude de problemas, tirou 29,5. Como a maioria das outras tirou 29,8, é claro que o fato da escola ter parado na avenida lhe tirou… 3 décimos da maioria?

–  Alegorias e Adereços. Alguém aqui acha que a Mocidade merecia perder meio ponto nos seus belos carros?  Alguém aqui considera realmente o desfile da Grande Rio 3 décimos melhor do que os carros da Vila, por exemplo?

– Como alguém tira ponto da comissão de frente da Vila em 2012? Me explica.

– Em alegorias a Mocidade foi melhorando os carros durante o desfile. Foi aumentando conforme o setor do julgador.

– A Mangueira, que parou o som da avenida e fez 60% da escola (que nao ouvia a roda de samba) atravessar o samba, teve 30 em Harmonia. Me explica, tio?

– A São Clemente, escola com o samba mais animado e disparado o mais cantado pelo publico e pela escola que vimos ali, perdeu meio ponto em harmonia.

– Tiraram nota de enredo da Sao Clemente, da Portela e da Mocidade. Alguém tem idéia dos motivos?

– Senhores… tiraram 2 décimos do samba enredo da Mangueira. Os jurados que fizeram isso deveriam ir pra cadeia. A São Clemente, samba que mais virou na avenida, só teve um 10.  A Mocidade, eleita por muitos como o “terceiro melhor samba do ano”, teve um só 10 também.

– E a TOP do ano. A Beija-Flor foi punida em 0,1 por NÃO TER APRESENTADO SUA COMISSAO DE FRENTE AO TERCEIRO JURADO. Ok? Ok.  Ele deu 9,8 pra comissão de frente que ele não viu. Eu, no setor 11, não tive o “prazer” de ver a comissão de frente da beija-Flor. Parei, dá vergonha.

A campeã foi a Tijuca que menos ousou, pois estes jurados, além de adorarem uma grife, não aceitam o novo. Afinal, são quase todos velhos.

Contestáveis notas em quase todos os quesitos. Critérios sem explicação alguma e, mesmo revoltados, comportados membros de escolas que apenas trabalham para melhorar.

Crie vergonha na cara, Liesa. Venda ingressos de forma clara e correta, não faça com que agencias e cambistas tenham mais acesso que o torcedor. Não deixe as pessoas sem taxi por causa da taxa cobrada dos taxistas, acima do aceitável. Não deixe as moças que fazem lanche a 80 graus sem ventilador a noite toda.  Tente não vender ingressos a 210 reais em setores que se voce chegar cedo e pegar um bom  lugar a torre de iluminação da TV te impede ver a pista. 

Mas vamos explicar os quesitos para facilitar em 2013? Você tem que se aproximar e ter muita “harmonia” com a Liesa. Sua “evolução”  neste meio depende muito da “comissão”. O “enredo” dessa história já sabemos, mas não podemos falar alto porque se não, dá “samba”.

O importante é ver que, ao final da apuração sempre temos todos a mesma sensação. Se você pudesse ver um jurado na sua frente agora… diz aí: “Bateria”?

Parabéns, Tijuca!

abs,
RicaPerrone

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Cara a Tapa

Gabriel David: “Se a Beija-Flor cair não haverá virada de mesa”

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Filho do bicheiro Anísio da Beija-Flor e atual manda-chuva da escola, Gabriel quer mudar o carnaval. E revela como é ser filho de um dos maiores contraventores do país.

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Carnaval

Santo de casa

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Lendas urbanas são especialidade do carioca. Todo carioca tem uma história de “terror” pra contar que impressiona quem é de fora. Faz deles mais “sobreviventes”, adaptados ao perigo.

Uma das que mais ouvimos é do acordo entre bicheiros na década de 80, comandado pelo Castor, eterno patrono da minha Mocidade, que algumas escolas não poderiam ser rebaixadas nunca. Especialmente com seus patronos vivos.

Era uma lenda. Ontem passou a ter segunda temporada.

Porque? Em 18 e 17 havia um argumento, goste ou não. Mas em 2019 não há. É meramente a virada de mesa pela camisa e ponto final. De forma nua e crua, sem contestação.

Vai ficar porque vai. Porque? Porque é a Imperatriz.

Luizinho está vivo. Faz todo sentido. Não se faz justo, até pela queda do Império. Mas faz sentido dentro da lenda urbana tão replicada pelo mundo do samba em seus bastidores.

Gosto? Não. Entendo? Sim. De alguma forma, sim.  A Liga é das escolas, e elas decidem o que querem pra sua Liga. Se acham uma escola indispensável, seja por política, acordo ou pelo show, podem fazer com que as regras mudem.

Podem? Podem. As regras são delas.

Lamento? Muito. O carnaval do Rio tem se tornado um pano de fundo pra show do Luan Santana, mega camarotes de promoters celebridades, uma playboyzada que nem sabe o que está fazendo lá e um viés político idiota que nada acrescenta.  Com as viradas de mesa torna-se ainda menor a credibilidade.

Mas cá entre nós, qual a credibilidade do carnaval carioca? Em que momento de sua história ele precisou ou fez uso disso pra ser o maior espetáculo da terra?

Compramos esse evento sabendo quem estava por trás a vida toda. É um óbvio sistema onde o contraventor usa a paixão da comunidade para conquista-la, a TV compra, se torna parceira comercial, alivia pra contravenção e todo mundo sai feliz.

Quem não sabe disso?

Não gosto. Mas daí a me espantar com a decisão vai uma distância…

RicaPerrone

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Carnaval

Marielle não tem culpa

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Como a gigantesca maioria das pessoas de todo país, eu nunca tinha ouvido falar em Marielle. Quando ela morreu achei que foi um crime contra um ser humano. Não me importei com o fato dela ser de esquerda, negra, gay, mulher, usar rosa ou azul, ter cabelo liso ou ondulado.

Com os dias fui entendendo que ali nascia uma lenda socialista para uso indevido de seus pares políticos.  No enterro houve hino do socialismo. Em volta bandeiras vermelhas. E nas passeatas “pela paz” havia ideologia e campanha política. Isso gerou uma puta rejeição a uma parte das pessoas e também compreendo.

No carnaval Marielle foi citada em alguns lugares e será eternamente porque é uma representante recente da esquerda e de outras diversas pautas que não divergem entre lados, embora a esquerda tenha se apropriado de algumas brigas.

A Mangueira não fez enredo sobre Marielle. A citou. São coisas diferentes.

A Vila cita Martinho há 200 anos, ele visita o Lula na cadeia e é um petista declarado há décadas. A Beth Carvalho também é uma petista assumida, sempre citada na Mangueira. E ninguém deixou de cantar ou curtir a escola por isso.

O enredo da Mangueira cabia Marielle. A rejeição a Mangueira por cita-la é um erro, embora eu compreenda o sentimento. Mas de perto, conhecendo como conheço o carnaval, posso lhes dizer que se trata de um ambiente de gays, negros e pobres em sua maioria. E portanto eles tendem a ir pro lado que se apropriou a luta deles: a esquerda.

Eu não posso odiar Jesus Cristo por ter um bando de imbecil enchendo o saco com o nome dele.   Você não é responsável, ainda mais morto, pelo circo que fazem a sua volta.

Sim, Marielle se tornou a bandeira da hipocrisia nacional. Vide uma escola de samba que até outro dia era comandada por um criminosos ligado a traficantes e milicianos homenagear a vítima de quem fez guerra contra isso.

Mas o importante é reafirmar:  a Marielle não está fazendo nada disso. Ela está morta. Quem está fazendo show sobre caixão são outras pessoas. Quem usa droga e vai na passeata contra traficante é outra pessoa.  Os políticos que fazem discurso sobre o partido usando o corpo dela, são as piores pessoas.

A Mangueira fez o que sempre faz. Exaltou seu lado. Hipócrita? Claro! Quem não é nesse país quando abre a boca? A Tuiuti adotou um lado político pra sair do papel de figurante. É um procedimento simples e midiático em ter 30% da população engajada do que 100% dela te ignorando.

Se radicalizar pra um dos lados é mais notável do que o bom senso de centro que vê problemas e qualidades em ambos. E na dificuldade de se destacar com bom senso, se faz o show para um dos lados.

Marielle tinha boas causas. Não sei se ela “faria” o que estão fazendo com ela. Mas não podemos odiar a pedra porque a atiraram na gente. Quem atira é o problema. A pedra é só a pedra.

As causas citadas no enredo foram “roubadas” por um lado político. A estratégia dessa gente é exatamente se apropriar de lutas e classes para “obrigar” certas pessoas a estarem junto deles. É como nascer num lugar. Você é obrigatoriamente “paulista”, “carioca”.  Eles fazem isso para que você sendo mulher, negro, gay ou nordestino seja imediatamente de esquerda.  Alguns escapam, outros não.

E por isso Marielle é a bandeira deles.

Mas insisto: ela não tem culpa.

Fernando Holiday, negro, gay, de direita, sofreu um atentado a bala no seu gabinete com possibilidade enorme de ter partido de um grupo político, já que do lado de fora havia manifestação destes.

Você viu algo sobre?

Nem eu. Mas é Brasil, irmão.

Aqui o esquema é ruim só quando a gente tá fora dele. E a bala só doi se matar. Desde que mate um dos meus, é claro…

RicaPerrone

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